Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Datena detona o PSDB de São Paulo, mas Tábata Amaral ainda acha possível um acordo

Publicado em 15/06/2024 às 06:00.

Olha, gente, não é pouca a confusão no PSDB de São Paulo. Os filhos do ex-prefeito Mário Covas estão abandonando o partido, desde que o apresentador de tevê, Datena, uma figura antipática, por sinal, resolveu se filiar ao partido, o ex-PSDB. Foi uma fuga generalizada. Datena, de fato, não é uma figura popular, a despeito de seu programa, de maneira que a entrada de José Luiz Datena espantou o PSDB, mesmo que a campanha de Tábata Amaral diga que a aliança com Jose Luiz Datena ainda seja possível. Ou seja, mexeram num vespeiro sem tamanho.

E tudo por causa da lei do aborto, um tema intocável, menos para o presidente da Câmara, Arthur Lira, que ainda não sabe quem vai escolher como relator da matéria. Um dos principais nomes é o da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) que se tem colocado como o principal interlocutor do presidente da Câmara nesse assunto. Ela até pode ser escolhida, mas o martelo ainda não foi batido.

Mas Benedita da Silva tem sido instada a aceitar a indicação, embora a pesquisa da Quaest, dessa sexta-feira, não fale sobre o tema. Coordenadora-geral da bancada feminina na Câmara, a deputada reuniria as qualidades de uma relatora “moderada”. Ela é do PT, o que angaria o apoio da esquerda, mas também é evangélica e se dá bem com relator da proposta, o deputado Sóstenes Cavalcante, do PL do Rio. Sobra em Benedita a experiência – ela está no exercício do quinto mandato parlamentar.

O deputado Arthur Lira disse que buscaria uma “relatora” moderada e que trataria a questão com uma “sensibilidade” depois de ser criticado por votar a urgência do projeto em apenas 23 segundos – foi assim mesmo, em 23 segundos. O PL do aborto, um tema preferido por Nelson Carneiro, nos idos de 60, iguala ao homicídio o aborto legal após 22 semanas de gestação. A mulher que aborta após esse período poderá, inclusive, ser condenada a uma pena maior que a do seu estuprador: vinte anos para o homicídio e 10 para o estupro.

A Quaest revela, num monitoramento inédito, que a guerra digital sobre o tema está amplamente contrária ao seu propósito original. Na média dos últimos três dias, segundo a Quaest, 52% de todas as 1.14 milhões de postagens coletadas defendiam argumentos contrários à medida, enquanto apenas 15% eram postagens favoráveis. Ou seja, se a Câmara dos Deputados quiser se basear pela sondagem, vai levar de balaiada.

O presidente Lula participa, como convidado, da reunião de cúpula do G7, grupo que reúne os países democráticos mais ricos do mundo – Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido – lembrando que o convite foi feito pela Primeira Ministra da Itália, Giorgia Meloni, e que por isso mesmo foi destaque, até porque Meloni, ao que parece, não nutre maior simpatia pelo presidente brasileiro. Ao final, o Papa Francisco, cumprimentou todos os presentes à reunião, sendo saudado carinhosamente pelo presidente Lula, a quem já conhece de outros carnavais – com o perdão da palavra. E, enquanto isso, Datena detona o PSDB de São Paulo, embora Tábata Amaral ainda acredite num possível acordo.

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