É grave, quando não insustentável, a situação do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Ainda na manhã deste sábado, a Polícia Federal entrou no caso para que a situação possa ser esclarecida. A situação do ministro dos Direitos Humanos é crítica, sobretudo porque o caso envolve, para surpresa geral, a ministra Anielle Franco. Antes que o presidente Lula encerre o caso que envolve o ministro dos Direitos Humanos no governo, Silvio Almeida nega que possa estar envolvido numa situação vexatória e exige esclarecimentos do Metrópoles, site que primeiro noticiou as denúncias.
O presidente Lula quer conversar tanto com a ministra quanto com o ministro antes de tomar uma decisão. Anielle Franco seria uma das possíveis vítimas do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que nega o fato e exige esclarecimentos. A propósito, quem denunciou o escândalo nem foi o Metrópoles, mas o site de uma ONG chamada Me Too. O ministro nega a acusação tanto do Me Too quanto do Metrópoles. A ministra, no entanto, não foi encontrada para comentar o fato que expõe duas figuras proeminentes do primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É uma situação no mínimo vexatória para o governo Lula, que não quer passar a mão na cabeça do ministro dos Direitos Humanos. Para tanto, Lula convocou não só a ministra como o ministro para uma conversa franca. Lula quer saber se houve assédio ou importunação sexual que possa ser imputada ao ministro dos Direitos Humanos. O ministro, por sinal, alvo de denúncias de assédio sexual pelo Me Too, interpelou judicialmente a organização com 11 questões sobre o relato de assédio.
Na interpelação, foi feito um pedido de esclarecimento ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, já que os advogados de Silvio Almeida alegaram que as questões a serem respondidas pelo Me Too se referem a um crime contra a honra. A defesa de Almeida afirmou que houve crime de calúnia “por meio de veículo de comunicação, o que evidentemente facilitou a sua extensa divulgação”.
Os advogados do ministro responsabilizam tanto o Metrópoles quanto o Me Too, e, segundo eles, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é o pivô de toda essa confusão. A menos que o ministro dos Direitos Humanos consiga provar que não cometeu os fatos que lhe são imputados, sua situação no cargo permanece instável.
Em um cenário político paralelo, o ex-candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil, e o governador Romeu Zema parecem ter se aliado, embora suas intenções políticas futuras ainda não estejam claras. Kalil foi derrotado na disputa pelo Palácio da Liberdade, e Zema ainda não decidiu se concorrerá à presidência, vice-presidência ou ao Senado. A incerteza paira sobre essa aliança, especialmente considerando que Zema apoiou Bolsonaro no último debate televisivo, o que solidificou seu vínculo com o ex-presidente. Uma futura aliança entre Kalil e Zema pode representar uma força significativa no cenário político.