Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

É grave a situação política do ministro dos Direitos Humanos

Publicado em 07/09/2024 às 06:00.

É grave, quando não insustentável, a situação do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Ainda na manhã deste sábado, a Polícia Federal entrou no caso para que a situação possa ser esclarecida. A situação do ministro dos Direitos Humanos é crítica, sobretudo porque o caso envolve, para surpresa geral, a ministra Anielle Franco. Antes que o presidente Lula encerre o caso que envolve o ministro dos Direitos Humanos no governo, Silvio Almeida nega que possa estar envolvido numa situação vexatória e exige esclarecimentos do Metrópoles, site que primeiro noticiou as denúncias.

O presidente Lula quer conversar tanto com a ministra quanto com o ministro antes de tomar uma decisão. Anielle Franco seria uma das possíveis vítimas do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que nega o fato e exige esclarecimentos. A propósito, quem denunciou o escândalo nem foi o Metrópoles, mas o site de uma ONG chamada Me Too. O ministro nega a acusação tanto do Me Too quanto do Metrópoles. A ministra, no entanto, não foi encontrada para comentar o fato que expõe duas figuras proeminentes do primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

É uma situação no mínimo vexatória para o governo Lula, que não quer passar a mão na cabeça do ministro dos Direitos Humanos. Para tanto, Lula convocou não só a ministra como o ministro para uma conversa franca. Lula quer saber se houve assédio ou importunação sexual que possa ser imputada ao ministro dos Direitos Humanos. O ministro, por sinal, alvo de denúncias de assédio sexual pelo Me Too, interpelou judicialmente a organização com 11 questões sobre o relato de assédio.

Na interpelação, foi feito um pedido de esclarecimento ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, já que os advogados de Silvio Almeida alegaram que as questões a serem respondidas pelo Me Too se referem a um crime contra a honra. A defesa de Almeida afirmou que houve crime de calúnia “por meio de veículo de comunicação, o que evidentemente facilitou a sua extensa divulgação”.

Os advogados do ministro responsabilizam tanto o Metrópoles quanto o Me Too, e, segundo eles, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é o pivô de toda essa confusão. A menos que o ministro dos Direitos Humanos consiga provar que não cometeu os fatos que lhe são imputados, sua situação no cargo permanece instável.

Supostamente, haveria provas suficientes contra Almeida, mas apenas uma ação judicial, como a que ele solicita, poderia comprovar a veracidade das acusações. No entanto, o ministro está em uma posição delicada.

Em um cenário político paralelo, o ex-candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil, e o governador Romeu Zema parecem ter se aliado, embora suas intenções políticas futuras ainda não estejam claras. Kalil foi derrotado na disputa pelo Palácio da Liberdade, e Zema ainda não decidiu se concorrerá à presidência, vice-presidência ou ao Senado. A incerteza paira sobre essa aliança, especialmente considerando que Zema apoiou Bolsonaro no último debate televisivo, o que solidificou seu vínculo com o ex-presidente. Uma futura aliança entre Kalil e Zema pode representar uma força significativa no cenário político.

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