O candidato do Avante, André Janones, está a um passo de renunciar à sua candidatura à Presidência da República para apoiar o ex-presidente Lula ainda no primeiro turno. Janones deve discutir isso com o próprio Lula na semana que vem. Ele faz uma única exigência ao ex-presidente: que seja mantido como política de governo o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, com o dobro do valor para mães que sustentam a família. Outro pedido seria o aumento do atendimento e dos recursos destinados à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS).
Como Lula precisa dar maior visibilidade à sua candidatura nessa área dos mais pobres, é possível que ele atenda às exigências de Janones, até porque as pesquisas mostram que ele está se aproximando dos mais ricos, quando toda sua pregação é em defesa dos mais pobres.
Isso tem ficado evidente, sobretudo agora, quando banqueiros e o pessoal ligado à Fiesp, sob a direção de Josué Alencar, filho do ex-vice de Lula, José Alencar Gomes da Silva, ensaiam um manifesto em defesa da Democracia, um dos pontos que têm irritado o presidente Jair Bolsonaro.
Aliás, ontem, na convenção que homologou Geraldo Alckmin como vice de Lula, o ex-presidente fez um aceno aos militares, a quem Bolsonaro chama de seu Exército, ao dizer que o presidente da República deve ter “relação de respeito com os militares e não os tratar como objeto”. No mesmo discurso, o ex-presidente disse que os ataques às urnas eletrônicas desferidos por Jair Bolsonaro “não passam de idiotices”.
Outro que também pode retirar sua candidatura à Presidência da República para apoiar Lula é o deputado por Pernambuco Luciano Bivar, do União Brasil. Nesse caso, Lula daria seu apoio a Bivar e garantiria a sua permanência como deputado federal. Em troca, os diretórios estaduais do União Brasil ficariam livres para fazer acordos regionais nos estados onde o partido disputará eleições para os governos, deputados e senadores.
Bivar estaria convencido de que com zero nas pesquisas, sua candidatura não tem como ir muito longe e, neste caso, seria preferível renovar seu mandato como deputado federal – com recomendação do próprio Lula.
No caso de Minas Gerais, o presidente Jair Bolsonaro marcou uma reunião, na terça-feira, com o possível candidato ao governo de Minas, senador Carlos Viana, para decidir se ele disputa ou não o Palácio da Liberdade. É possível que o presidente da República libere Viana para a disputa, fazendo com que o senador monte aqui o seu palanque para Bolsonaro, a despeito dos acenos que o presidente tem feito ao governador Romeu Zema ultimamente. O jogo, como se vê, é bruto.