Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Uma disputa que poderá ser marcada pelo oportunismo de ambos os lados

Publicado em 31/08/2024 às 06:00.

Pelo menos três fatos marcam a manhã deste sábado: a briga entre o miliardário Elon Musk e as decisões do STF, a decisão de Bolsonaro de prestigiar a candidatura de Bruno Engler em Belo Horizonte e a confusão que se tornou esse emaranhado de candidatos na disputa por uma vaga na Prefeitura de Belo Horizonte – sem falar em Alexandre Kalil, que rumou para o lado do governador Romeu Zema, embolando ainda mais as candidaturas para a prefeitura de Belo Horizonte. Logo Zema que pediu votos para Bolsonaro no último debate da Globo - esse mesmo.

Mas o que chama mais a atenção nesse momento é a embolada em que se transformou a disputa pela prefeitura da capital mineira. Mauro Tramonte, do Republicanos, lidera a pesquisa com 29,3% das intenções de voto. Mas pelo menos cinco candidatos estão empatados no segundo lugar, entre os quais Bruno Engler(PL) com 10,7% das intenções de voto; o prefeito Fuad Noman (PSD), com 10%, que busca a reeleição, graças ao Kalil, que deixou a disputa naquela ocasião; a deputada federal Duda Salabert (PDT), com 9,9%; o senador licenciado do Senado Carlos Viana (Podemos), 8%; e o deputado federal Rogério Correia (PT), com 5,8%.

Há quem explique que foi a fragmentação das candidaturas de direita e esquerda que provocou o fenômeno. Essa fragmentação não se sustenta. Não é porque a direita e a esquerda se dividiram na disputa. Ora, não seria a candidatura de Duda Salabert que iria se somar à esquerda de Rogério Correa. Pode até ser que no segundo turno, se houver segundo turno, eles se reencontrem mais à frente.Também a direita de Bruno Engler (PL), apoiada por Bolsonaro, não se juntaria à candidata de Romeu Zema, Luisa Barreto, (Novo).

Bobagem. São apenas expectativas, que podem ou não serem cumpridas. O fato, e aí talvez seja a questão central, é que o eleitorado que decide mesmo uma eleição está no meio-termo de toda essa divisão entre a esquerda e a direita – para, quem sabe, se juntarem no segundo turno, se houver segundo turno. Porque, na realidade, são os moderados que acabam decidindo uma eleição tão polarizada quanto esta, mesmo que os moderados, por oportunismo, decidam ficar cada qual no seu canto e não se juntarem mais adiante. Mas aí será por oportunismo.

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