Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Zema cutuca mais uma caixa de marimbondos e joga seu vice para declarar o voto em Lula

Publicado em 13/10/2022 às 06:00.

O governador Romeu Zema (Novo) gosta de mexer em caixa de marimbondo. De tanto cutucar os marimbondos, o governador acabou provocando a reação do vice-governador Paulo Brant, que acaba de declarar que vai votar no ex-presidente Lula (PT) no segundo turno.

É verdade que Paulo Brant já havia se posicionado anteriormente ao se colocar como vice do candidato do PSDB, Marcus Pestana. Já era um sinal de que as coisas entre os dois não iam bem. Na verdade, já não vêm bem há muito tempo, desde que o governador, eleito e diplomado com o vice Paulo Brant, achou por bem demitir todos os funcionários do gabinete do seu vice-governador, fazendo lembrar algum tempo atrás quando um prefeito de importante cidade de Minas exonerou e até fechou o gabinete da vice-prefeita.

Para o vice-governador, cujo titular, Romeu Zema, veio apoiar Jair Bolsonaro há cerca de dez dias, se tanto, esse apoio seria, na visão de Brant, uma ameaça à democracia. Daí porque, a exemplo de outros tucanos de Minas Gerais, como o ex-prefeito Pimenta da Veiga, também achou que nesse momento o melhor a fazer seria apoiar o ex-presidente Lula.

Aliás, tudo isso acontece quando há um movimento no Congresso Nacional, sobretudo na Câmara dos Deputados, sob o comando de Arthur Lira, para que se altere o número de ministros do Supremo Tribunal Federal, numa jogada suja, própria do autoritarismo, sob os auspícios do presidente da República, para que se aumente de 11 para 16 o número de ministros, numa possível vitória de Bolsonaro. 

Hora, não é possível dar a esse golpe de mão que não seja o chamado golpe branco. Ontem, aliás, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) classificou essa jogada suja de Bolsonaro e Arthur Lira como “inconstitucional” e uma “agressão à democracia”, e ainda joga uma certa ameaça ao Supremo ao dizer que, na verdade, tudo isso seria procrastinado se o STF “baixe um pouco a temperatura”. 

Ou seja, o país está sob uma chantagem, patrocinada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e pelo presidente da República – o que estarrece a nação no momento em que o país se encaminha para o segundo turno da eleição presidencial. Ontem, por sinal, o Ipespe divulgou sua nova pesquisa, dando 54% para o ex-presidente Lula e 46% para o presidente da República.

Ou seja, as pesquisas estão refletindo o que se nota no país, com margem de erro de três para mais ou para menos.

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