Chuva em São Paulo, em Minas Gerais, para não dizer na Bahia também. O que está acontecendo com as condições climáticas do país? Em Portugal, chamas. Na Nova Zelândia também. Para não dizer na flora do Pantanal, que também pega fogo. O que está acontecendo nesse mundo de meu Deus?
Ontem, por sinal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o primeiro sinal da queda que sofreu na semana passada, no banheiro de casa. Em seu primeiro compromisso público após o acidente doméstico, Lula exibiu os pontos e ferimentos na altura da nuca. Nesse período, Lula fez três exames, o que mostra que o tombo não foi tão simples assim, a tal ponto que ele cancelou a viagem à Rússia, onde participaria da reunião dos Brics.
Na verdade, Lula deixou de comparecer à reunião dos Brics, na Rússia, mas ontem pôde realizar o evento para assinatura do novo acordo de compensação dos danos causados pelo desmoronamento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, há nove anos, no município de Mariana (MG). Lula disse às mineradoras Vale, BHP e Samarco, empresas assinantes da repactuação, que espera que elas tenham aprendido a lição. O presidente culpou as mineradoras pelas mortes e pela destruição ambiental e social nos 49 municípios ao longo do Rio Doce e cobrou mais ações preventivas a desastres como o ocorrido em 2015, na região central de Minas Gerais.
Em seu discurso, Lula afirmou que o que ocorreu na barragem de Fundão foi o resultado de uma irresponsabilidade das empresas envolvidas, que à época teriam negligenciado as questões de segurança envolvendo a represa - que, rompida, despejou cerca de nove milhões de metros cúbicos de rejeito de minério no Rio Doce. “Cada centavo que se perdeu ao longo do Rio Doce é tido como investimento para a gente recuperar a desgraça que a irresponsabilidade de uma empresa causou, é isso que tem de ficar claro”, disse o presidente da República. “Eu espero que as empresas tenham aprendido uma lição. Certamente não custaria R$ 20 bilhões para evitar o que aconteceu”.
Zema não deixou por menos. Enalteceu a assinatura do acordo de repactuação do acordo de Mariana, sem mencionar que está em plena pré-campanha eleitoral. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou da cerimônia de assinatura da repactuação de Mariana e disse que prevê R$ 132 bilhões em novos valores aos cofres da União, dos Estados e Municípios.
“Não existe acordo ideal para uma vida perdida. Não há acordo ideal para a devastação do meio-ambiente. O ideal é que isso jamais tivesse acontecido. Pelo acordo, 300 mil pessoas serão ressarcidas financeiramente pelos prejuízos com o rompimento da barragem”. Já a BHP diz, de Londres, que milhares de atingidos já receberam tudo o que tinham de receber. E Zema arremata ao classificar como erro histórico a criação da Fundação Renova, e anuncia que a entidade será extinta logo que assinado o termo jurídico.