A Copa do Mundo é uma das épocas mais alegres e contagiantes para todos que adoram futebol. No Brasil, bem como em várias outras nações, as atividades se interrompem e as multidões se aglomeram para assistir aos jogos, para festejar e para congregar o seu país em ação. O esporte, por sua vez, é uma das principais forças de propagação da paz, da união entre povos e pode, como já afirmava Nelson Mandela, “transformar o mundo, com seu poder de inspirar e de unir as pessoas”.
Sendo assim, a Copa do Mundo, um dos nossos maiores eventos esportivos, parece ser o palco perfeito para debater e buscar superar desafios no âmbito dos direitos humanos. Mas, ao menos para a Copa deste ano de 2022, no Catar, esta não será a realidade.
É simplesmente inacreditável a escolha de um dos 70 países onde é considerado crime ser LGBTQIA+ para sediar a competição. O mais horrendo é que a punição para quem “comete” este crime é simplesmente a morte. Só este já seria um motivo para a Fifa riscar qualquer possibilidade de realização da Copa. Já há relatos, inclusive, que os hotéis recomendados pela entidade estão se recusando a aceitar hóspedes LGBTQIA+.
Vale lembrar que o Catar também é alvo de uma série de denúncias relacionadas aos direitos das mulheres e dos trabalhadores. Vários são os relatos de trabalhos análogos à escravidão, inclusive na construção dos estádios, onde funcionários vieram a perder suas vidas. Vários atletas já se manifestaram, inclusive Phillip Lahm, ídolo alemão, que afirmou que não vai viajar ao Catar, citando as afrontas aos direitos humanos como motivo.
O contrassenso mais incrível fica para o âmbito das marcas patrocinadoras do evento, em um momento que tanto se discute a sigla ESG, que deve ser parte estratégica nas ações das empresas. É totalmente contraditório, pois, no fundo, estão por patrocinar a homofobia e a prática de outras atrocidades.
Por outro lado, patrocinadores, torcedores, países, entre outros, que consomem e levam dinheiro ao evento, deveriam exercer o poder de cobrança. É preciso que todos se posicionem a este absurdo. Muitos já o fizeram e a reação da Fifa foi imediata: a partir da Copa de 2026, a agenda dos direitos humanos será um dos critérios para a escolha do local da Copa. Sigamos vigilantes!