Marcelo e Benzema, Jordi Alba e Messi, Romário e Bebeto, estão entre outras várias duplas e/ou trios que poderíamos citar como de altíssimo entrosamento na história do futebol. Na crônica esportiva ou na conversa popular entre torcedores, também é muito comum escutarmos que uma equipe “está muito entrosada”. Mas, afinal de contas, existe alguma explicação acadêmica para isto?

Paco Seirul-lo, professor e preparador físico por décadas do Barcelona, apresenta em seus estudos e teses, a ideia de vantagem socioafetiva. De acordo com Seirul-lo, essa vantagem é formada pela capacidade de se conectar emocionalmente com outras pessoas, desenvolvendo assim uma ressonância empática que nos permite entender e compartilhar seus sentimentos.

A ressonância empática pode ser entendida como um processo pelo qual uma pessoa se identifica emocionalmente com a outra, ao ponto de sentir o que ela está sentindo. Isso não significa que a pessoa perca sua própria identidade ou perspectiva, mas sim que ela é capaz de se colocar no lugar do outro e compreender suas emoções de uma forma mais profunda. Através da ressonância empática, criamos laços mais fortes com as pessoas à nossa volta, o que pode tornar a relação entre os jogadores, por exemplo, mais coesa, solidária e eficiente.

Indivíduos que compartilham deste entendimento entre eles com um nível de eficácia acima da média, no futebol, se complementam melhor. Podemos imaginar facilmente, além dos exemplos citados, um meia e um atacante cujo tempo de passe, uma assistência ou uma corrida para receber um cruzamento tenha uma assertividade muito alta. 

Esta ressonância cria então o que chamamos de vantagem socioafetiva, que não necessariamente precisa acontecer entre jogadores de setores próximos do campo. Portanto, da próxima vez que assistir a um jogo de futebol, não tente identificar somente vantagens numéricas (superioridade), pois a empatia entre jogadores pode ser determinante e levar a melhor no confronto. 

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