O futebol brasileiro há muito tempo possui um dos calendários mais agitados do mundo. Além da grande quantidade de jogos, existem outros fatores que causam desgaste físico e mental: longas viagens (lembrando que o Brasil é um país de dimensões continentais), diferentes tipos de superfície (grama sintética/natural) e variações drásticas de temperatura (por exemplo, entre as regiões nordeste e sul). A maratona de concentração, aeroporto/hotel, sem o conforto da família e momentos de descontração, torna ainda mais difícil enfrentar esses obstáculos. A pergunta mais difícil é: como se destacar nessas condições?

Não há uma fórmula mágica para evitar o cansaço. Todas as equipes, sem exceção, vão enfrentar dificuldades. Os jogadores são seres humanos e nenhum salário será capaz de transformá-los em robôs. No entanto, é possível adotar medidas que minimizem os efeitos do cansaço ou até mesmo ajudem a lidar melhor com esse desafio. Vamos discuti-las:

A manutenção da comissão técnica, por incrível que pareça, é fundamental. Um trabalho de longo prazo permite que a equipe desenvolva um modelo tático com padrões de comportamento automatizados e já conhecidos pelos jogadores. Isso faz toda a diferença, pois quando os comportamentos táticos se tornam hábitos, ou seja, quando os jogadores sabem o que fazer, há menos esforço mental e, consequentemente, menos fadiga. Pensar demais fará com que o atleta se esgote mais rapidamente.

A logística de viagens, elaborada em conjunto pela comissão técnica, pela equipe de fisiologia e pela direção do clube, faz toda a diferença. Voos fretados (para reduzir o tempo no aeroporto), alimentação adequada no momento certo e períodos de descanso adequados, entre outros detalhes, são cruciais.

A estrutura do clube deve ser capaz de diagnosticar e examinar regularmente os atletas, tanto física quanto psicologicamente. Isso inclui avaliar desde a condição muscular, o sono e até o estresse mental. O monitoramento frequente das possíveis sobrecargas fornecerá ao treinador e à diretoria informações sólidas para tomar as melhores decisões.

Claro que existem várias outras medidas importantes a serem consideradas. Para não sobrecarregar o leitor, é sugerido que ele mesmo reflita sobre como lidar melhor com o calendário. É importante lembrar que uma equipe multidisciplinar circunda o trabalho técnico de uma equipe de futebol, composta por psicólogos, médicos, fisiologistas, nutricionistas, preparadores físicos, entre outros profissionais. A coordenação integrada e sistêmica dessas áreas de conhecimento é essencial para que todas contribuam em conjunto. Anote suas considerações e ideias sobre como promover essa integração e otimizar o desempenho da equipe diante do calendário desafiador.