Gestor de Futebol pela CBF Academy e pela Universidade do Futebol, pós-graduado em Direito Desportivo e Negócios no Esporte.

E se o desfecho fosse diferente para Diniz na final da Libertadores?

Publicado em 07/11/2023 às 06:00.

Neste magnífico capítulo da Copa Libertadores da América de 2023, o Fluminense, com justiça, ergueu o troféu de campeão. Nas fileiras do time vitorioso, encontra-se um dos treinadores mais visionários que o futebol já testemunhou nas últimas duas décadas. Um revolucionário em todos os sentidos, cuja ousadia transcende a simples liderança e a tática, tornando-o um ser singular no universo do esporte.

No domínio da liderança, Diniz, um ex-atleta e formado em psicologia, abraçou a convicção de que compreender o futebol requer mais do que conhecimento sobre o jogo em si. É essencial, antes de tudo, decifrar o ser humano. Diniz é mestre em acolher cada atleta de acordo com sua singularidade, manifestando uma lealdade genuína quando o mundo clama por sangue. Ele é um verdadeiro arauto da confiança, o primeiro e mais sagrado pilar da pedagogia para forjar uma equipe de campeões.

No âmbito tático, um jogo único daquilo praticado no cenário mundial. Repito: único! Ele é o único a reunir seis, sete jogadores ao redor da bola, buscando uma aproximação de talentos, de forma assimétrica, criando uma sobrecarga avassaladora sobre o adversário. Ainda, nenhum outro treinador ousa abrir os zagueiros e arrastar os médios, uma coreografia de pelo menos seis jogadores, para atrair o inimigo e sair jogando no primeiro terço do campo com uma audácia singular.

Agora, multidões estão despertando para a luminosidade das lições que Diniz tem compartilhado pelo seu trabalho, desafiando-nos a refletir sobre o jogo. No entanto, engana-se quem pensa que isso é recente. Quase uma década atrás, desde os tempos de Audax, esse visionário treinador já nos surpreendia. Tive o privilégio de participar de inúmeros painéis na Universidade do Futebol com sua presença. Adaptando-se, é claro, às transformações do futebol, ele manteve uma convicção inabalável em suas ideias.

Em sua coletiva após a partida, Diniz disse: "A grande baboseira está em acreditar que quem perde é um fracassado." Nada mais correto! Mesmo se tivesse sucumbido na final, ele ainda teria sido um grande vencedor. Há muito tempo ele inspira todos aqueles que estudam o futebol com maior profundidade. É um motivo de alegria que suas ideias tenham se concretizado em títulos, mesmo que já tivessem sido uma influência crucial em nossas reflexões.

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