O clássico mineiro deste domingo trouxe histórias marcantes e emoções distintas. Entre elas, a expulsão de Gabigol, uma das principais contratações celestes para 2025, que inevitavelmente influenciou o jogo. Mas até que ponto atuar com um jogador a mais realmente favorece a equipe adversária?

Uma das principais vantagens táticas no futebol é a numérica. No entanto, quando um time perde um jogador, nem sempre essa vantagem se traduz em superioridade dentro de campo. Antes da expulsão, o Atlético explorava bem os espaços às costas da defesa cruzeirense, que marcava de forma alta e encaixada, mas permitindo que Hulk, Cuello e Natanael encontrassem boas opções ofensivas em pontos futuros.

A partir da expulsão, o Cruzeiro reorganizou-se, recuou as linhas e ofereceu a posse ao Atlético, apostando em contra-ataques. Marquinhos passou a compor uma linha de cinco defensores, enquanto Romero, Matheus Henrique e Dudu formavam o meio-campo, deixando Matheus Pereira mais solto à frente.

Com essa nova configuração, o Atlético, que antes acelerava as transições no meio-campo, passou a precisar construir desde o segundo terço do campo. A profundidade, que era um trunfo, tornou-se praticamente inviável, pois qualquer passe em projeção favorecia a saída de Cássio ou resultava em bola perdida. O cenário lembrou o jogo contra o Botafogo.

No segundo tempo, Cuca acionou Palácios para tentar espaçar a defesa celeste e gerar novas opções ofensivas. O time melhorou, abriu o placar e venceu a partida. No entanto, fica a reflexão: nem sempre a expulsão por si só facilita o jogo para a equipe em vantagem numérica. Adaptação e repertório tático são essenciais para lidar com mudanças inesperadas na partida.