Na semana passada, tive a honra de compartilhar um jantar com o comandante do Cruzeiro, o ilustre português Pepa, e sua equipa de adjuntos. O encontro ocorreu durante um evento que marcou o início das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em 10 de junho. A conversa fluiu por diversos assuntos, mas um deles, em particular, chamou minha atenção: o processo de chegada da comissão técnica ao glorioso clube celeste.
Fiquei absolutamente fascinado com todo o meticuloso esquema de recrutamento traçado, que abarcou desde a minuciosa análise em vídeo do estilo de jogo e treinamento do staff, até entrevistas minuciosas, que vasculharam cada milímetro do trabalho desempenhado pelos auxiliares. O Cruzeiro desejava compreender em detalhes a filosofia de trabalho do treinador, desde sua abordagem na recuperação física dos jogadores até sua periodização de treino.
Um processo de contratação de treinador realizado com tal rigor, com etapas meticulosamente planejadas e executadas, com uma equipe competente formulando as perguntas mais perspicazes, representa o primeiro e crucial passo rumo a um sucesso que se perpetua. Esse método evita de forma veemente surpresas indesejáveis e os temidos ruídos de comunicação entre a diretoria e a comissão técnica, reduzindo substancialmente as chances de erros.
No entanto, é necessário salientar que, além das indagações de natureza técnica, diretores e treinadores precisam, antes da assinatura do contrato, alinhar expectativas, investimentos e planejamentos. Ao compreender as ambições e desejos mútuos, tanto do treinador quanto do clube, é possível estabelecer uma simbiose otimizada entre ambos.
Se quisermos diminuir o triste espetáculo das demissões constantes e a tênue dança dos técnicos, precisamos, acima de tudo, aprimorar a arte de contratar. Que o futebol brasileiro aprenda a lição!