Colunista de empreendedorismo e negócios do Jornal Hoje em Dia

Da periferia para empreendedor de franquia

Publicado em 09/07/2022 às 06:00.

Renato Russo, cantor e compositor, é o autor da música “Mais Uma Vez” que apresenta o seguinte verso: “Quem acredita, sempre alcança”. E esse pensamento tem relação com a trajetória de vida do empresário Wagner José, o empreendedor que saiu da periferia para vender franquia.

Wagner José Alexandre nasceu em Curitiba/PR e mesmo morando muitos anos na periferia sempre teve vontade de empreender. Aos 15 anos, com um diploma de técnico na área de indústria, começou a trabalhar em lojas de carros e vestuários.

Comunicador nato, passou de vendedor a gerente, duplicando o salário em quatro anos. Em 2010, aos 22 anos, juntou um pouco de dinheiro e abriu seu primeiro negócio: uma pequena loja de conserto de celular, que funcionou por apenas quatro meses. Persistente, logo depois, junto com um sócio, inaugurou outra loja, do mesmo segmento. Já era 2015 e, mesmo a empreitada fluindo, ainda não se sentia realizado. A grande guinada aconteceu quando foi jantar na casa de um amigo e o anfitrião preparou hambúrgueres. Naquele momento disse ao amigo, em tom de brincadeira, que juntos poderiam criar uma lanchonete.

As reviravoltas da vida nem sempre são simples de compreender, mas Wagner fez do limão uma limonada. Poucos dias depois, ele sofreu um acidente e o carro que dirigia deu perda total. Ao invés de comprar um automóvel novo com o dinheiro do seguro, optou por investir os R$ 30 mil recebidos pela seguradora. Wagner então vendeu sua parte na loja de celulares, convidou o amigo anfitrião para uma sociedade e juntos, criaram uma hamburgueria no terreno onde o amigo morava.

O negócio ia muito bem e eles chegaram a alugar um novo espaço para abrir a segunda unidade, mas os desencontros na hora da negociação fez a sociedade estremecer. Wagner resolveu vender sua parte e seguir em voo solo. Juntou o valor da rescisão da antiga sociedade, pegou um empréstimo com a namorada, atual esposa, aproveitou o ponto que já estava locado e formatou a Pimp Burger.

Com aporte inicial de R$ 60 mil, Wagner comprou equipamentos, investiu na fachada da hamburgueria, comprou mesas e cadeiras e pagou o pessoal para fazer a panfletagem. Mas um detalhe passou despercebido para a noite de estreia: ele não tinha mais caixa para o principal, os hambúrgueres e as bebidas. O jeito era recorrer ao crédito e pedir fiado na praça. Com a ajuda do padeiro, do dono do açougue e do fornecedor de bebidas, na base do “pago quando puder”, Wagner José inaugurou na raça a Pimp Burger, faturando R$ 17 mil na primeira noite.

A sacada de marketing que o fez conquistar este montante foi uma ação promocional de inauguração, com o valor do hambúrguer a R$ 5,00, comercializando  854 lanches. Com o valor arrecadado, Wagner pagou os fornecedores e conseguiu fazer caixa para continuar o negócio. Essa empreitada, realizada em outubro de 2017, consolidou-se no ano seguinte para, em 2019, conquistar um faturamento de R$ 3 milhões. Em 2020, com o revés da pandemia, as dívidas ressurgiram e o empresário resolveu pedir ajuda de uma consultoria para descobrir como se recuperar das sequelas financeiras.

Em 2021, com mais de R$ 300 mil negativos, Wagner se reinventou: reformulou o cardápio, revisou os fornecedores, precificou corretamente os produtos e passou, mês a mês, a se reerguer. O esforço deu seus frutos e a Pimp Burger se recuperou, a ponto de expandir a operação e sustentar a inauguração de uma segunda unidade em parceria com um sócio e amigo, Moacir Junior, em março de 2022. Agora, mais um ousado passo é dado: o lançamento da hamburgueria no franchising, com pretensão de chegar até o final do ano com 40 unidades e um faturamento de R$ 30 milhões.

Quer conhecer mais a Pimp Burger? Acesse o  Instagram  [@pimpburgerbrasil].

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