Basta olhar para a nossa despensa ou geladeira que eles estão ali. E costumam ser irresistíveis. Biscoitos, margarinas, bolos e tortas, achocolatados, bebidas lácteas e sorvetes. Coloque na lista também frios, embutidos e bebidas gaseificadas, como os refrigerantes. É difícil. Além da praticidade no dia a dia, os alimentos ultraprocessados são feitos para que a gente se delicie com eles.
Mas resistir é preciso. De acordo com um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), quase 99% dos alimentos ultraprocessados comercializados no Brasil têm alto teor de sódio, gorduras, açúcares ou aditivos para realçar cor e sabor. Esses alimentos também são pobres em fibras e contribuem para o consumo excessivo de calorias, ou seja, são maléficos à saúde e podem levar à obesidade.
A saída é ficar atento aos rótulos e apostar em alimentos in natura ou minimamente processados. Mas fica a pergunta: como investir numa dieta saudável na correria do dia a dia? Ter consciência de que será uma mudança paulatina, construída a cada levantar da cama pela manhã, já ajuda.
Introduzir frutas e oleaginosas - sem adição de sal ou açúcar - nas refeições é prático e de grande valia. Frequente o sacolão ou as feiras livres do seu bairro! Uma ida pode garantir uma semana de comida de verdade.
Apostar no básico também é funcional e saudável: o famoso arroz com feijão, legumes e verduras poderá fazer uma revolução no seu organismo. Se sua rotina é comer fora, faça escolhas conscientes na hora de montar o prato em restaurantes com sistema self-service.
Além disso, reduzir o uso de óleos, gorduras e das chamadas farinhas brancas nas suas receitas é extremamente positivo e depende apenas da sua decisão.
Por último, e mais importante: aprenda a identificar e evitar os produtos ultraprocessados. Abaixo, uma explicação baseada em critérios do Ministério da Saúde para que você conheça um pouco mais sobre os tipos de alimentos e mire naqueles que podem contribuir para uma boa nutrição.
Alimentos minimamente processados
São aqueles que são submetidos a algum processo, mas que não envolvam a agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Dois exemplos de alimentos minimamente processados estão sempre presentes na mesa do brasileiro: o arroz e o feijão. Lentilhas, cogumelos, frutas secas, sucos de frutas sem adição de açúcar, castanhas e nozes sem sal, farinhas de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas também entram nesta categoria.
Alimentos processados
São aqueles fabricados pela indústria com a adição de sal, açúcar ou outro produto que torne o alimento mais durável, palatável e atraente. São os casos das conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito), compotas de frutas, carnes salgadas e defumadas, sardinha e atum em latinha, queijos feitos com leite, sal e coalho e pães feitos de farinha, fermento e sal. Por terem adição de sal, gordura e açúcar podem fazer parte do prato desde que em pequenas quantidades e como parte uma refeição baseada em alimentos in natura e minimamente processados.
Alimentos ultraprocessados
São formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Esse tipo de alimento sempre contém aditivo, como é o caso das salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, barras energéticas, sopas, macarrão e temperos instantâneos, salgadinhos chips, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.