Enquanto você já separa o chocolate para a Páscoa, o mercado brasileiro entra no modo descanso. A Bolsa fechou hoje e só volta na terça-feira, um verdadeiro feriadão. Mas, lá fora, o jogo continua: os mercados internacionais não conhecem Tiradentes e funcionarão normalmente.
E o cenário? Ainda cheio de incertezas. A guerra tarifária entre EUA e China segue sem sinal de trégua.
O Orçamento de 2026: o Exercício de Otimismo
Na terça feira dia 15/04 aqui na terra do café caro, o governo apresentou o orçamento de 2026. A previsão é de superávit primário de 0,25% do PIB, podendo chegar a 0,5%, mas só se tudo der certo. Spoiler: Acho que nem o mercado acredita.
A meta considera o não pagamento de precatórios até 2026. Se somar tudo, o rombo seria de R$ 16,9 bilhões. E tem mais: o governo estimou que o Carf renderia R$ 55 bilhões. Até agora? Entraram só R$ 307 milhões. A diferença entre expectativa e realidade faria qualquer terapeuta dizer: “Vamos trabalhar isso, ok?”.
Para piorar, a previsão de crescimento do PIB para 2026 é de 2,5%, inflação de 3,5% e dólar a R$ 5,97. Já viu esse filme, ne?
Trump, Tarifa e o Checkmate Aéreo da China
Jerome Powell (presidente do Fed), falou sobre os juros americanos em Chicago, enquanto Powell economizava nas promessas, Trump gastava nas tarifas. O presidente elevou as taxas de importação da China para 145%, com direito a boatos de uma alíquota de até 245%, o que confundiu até a Casa Branca.
E a China? Retaliou com a elegância de quem conhece o xadrez geopolítico. Pequim avisou que não quer mais saber de aviões da Boeing, suspendeu a entrega de dez aeronaves da China Southern e ainda pediu às companhias aéreas que cortem a compra de peças dos EUA.
Trump, claro, respondeu em sua rede social (Truth Social), dizendo que a China “renegou o grande acordo com a Boeing”. Entre um tuíte e outro, a aviação americana sentiu o baque, e o mercado também. Afinal, o China Southern opera quase mil aviões e transporta mais gente que o metrô de São Paulo em horário de pico.
Minha Casa, minha “Faixa 4”
Em meio a bagunça fiscal, uma boa notícia: o programa Minha Casa, Minha Vida ganhou a chamada “Faixa 4”, voltada a famílias com renda de até R$ 12 mil. A taxa de juros será limitada a 10,5% ao ano, com financiamento de até 30 anos e teto de R$ 500 mil por imóvel.
O mercado imobiliário vibrou. Afinal, o setor, que andava travado com os juros altos e o poder de compra em queda, volta a sonhar com aquele apartamento de dois ou três quartos na planta.
Feliz Páscoa!
Enquanto o brasileiro tenta equilibrar a dieta com tanto chocolate, o mundo lá fora continua dando seus pulos.
Feliz Páscoa! Aproveite o feriado para descansar, refletir e comer tanto chocolate quanto sua consciência (e glicose) permitir. Segunda é Tiradentes, então emendamos a boa vida com gosto. Na terça, voltamos com fé, força e, quem sabe, uma economia global mais tranquila.