
Com o mundo “em chamas”, o metal dourado volta a brilhar como aposta de investidores e refúgio contra a bagunça global.
Se você ainda acha que o ouro é coisa de rei, faraó ou daquela avó que jura que o colar “tem valor sentimental”, talvez seja hora de atualizar suas referências. Analistas de bancos como Goldman Sachs e UBS estão apostando alto, muito alto, no metal dourado.
Segundo previsões da analista Lina Thomas, do Goldman Sachs, o ouro pode bater R$ 700 por grama até o fim de 2025 e chegar a R$ 750 em 2026. Já o estrategista do UBS, Jony Teves, mais modesto (ou mais realista?), aposta que o preço atinja R$ 655 por grama até dezembro deste ano. Só para você ter noção: o ouro já bateu R$ 610 por grama recentemente. Ou seja: o bicho tá subindo mesmo.
A explicação? Riscos geopolíticos, recessão, bancos centrais, gestores de ativos de longo prazo e, claro, aquele velho e bom pavor de que o mundo vai dar ruim.
Aliás, os bancos centrais devem comprar cerca de 80 toneladas de ouro por mês em 2025. Isso mesmo: toneladas. Quem precisa de títulos públicos quando quando pode empilhar barras de ouro num cofre que parece cena de filme do James Bond?
Agora, o que isso tem a ver com o Brasil?
Bom, num país onde o ouro tem “status de celebridade”, essa valorização pode trazer reflexos bem interessantes. A começar pela boa e velha pergunta: será que já dá para comprar uma correntinha e chamar de “diversificação de portfólio”?
Brincadeiras à parte, num país com juros reais ainda altos, real cambaleante e um governo tentando (sem muito sucesso) fazer ajuste fiscal, o ouro vira um daqueles ativos que brilham até sem sol.
Enquanto isso, o brasileiro médio tenta investir o que sobra depois do cartão de crédito, do boleto da escola, do combo gás + carne moída e do remédio para o estresse. Spoiler: não sobra.
Mas vai que o ouro vira o novo sonho da casa própria? Afinal, se o mundo continuar nessa montanha-russa de crises, guerras e surtos políticos, talvez a única coisa realmente segura seja algo que já fazia sentido lá no Egito Antigo.
Fica o conselho: se não der para investir, pelo menos saiba o que está brilhando no mercado.
Nem tudo que reluz é ouro… mas parece que o ouro vai reluzir como nunca.