Guilherme Paixão*
Gostando ou não, o Brasil é um país que respira o esporte, especialmente o futebol. E esta realidade impacta na sociedade como um todo: nos terrões em periferias, nas crianças brincando de bola com gols marcados por chinelos, nos gritos pelas janelas quando se sai um gol importante, e claro, nos bares e restaurantes que ficam lotados em dias de grandes jogos.
Deixando de lado um pouco a Copa do Mundo de 2014, realizada em terras tupiniquins, vemos de 4 em 4 anos como todo o Brasil se mobiliza durante as partidas do que Nelson Rodrigues definiu como a “Pátria de chuteiras”.
Durante o último mundial realizado em 2022, por exemplo, uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que o faturamento desses estabelecimentos aumentou em média 30% nos dias em que a seleção brasileira estava em campo. Após a traumática derrota para a Croácia, os resultados caíram pela metade.
Mas estes resultados não se resumem apenas à seleção brasileira, e muito menos ao futebol. Clubes com grandes torcidas promovem um efeito parecido durante partidas decisivas de campeonatos. Da mesma forma, as Olimpíadas trouxeram bons resultados para os estabelecimentos do setor de alimentação fora do lar.
A menos que você viva completamente alheio à sociedade no Brasil, com certeza já foi impactado pela cultura esportiva. Seja no engarrafamento que você esteve por estar no trajeto de um estádio, seja por um foguete que foi solto perto da sua casa após um gol, pelos posts de medalhas olímpicas em suas redes sociais, e até mesmo aquele jogo decisivo que acabou com a sua novela um pouco mais cedo.
Para os clientes, os bares e restaurantes muitas vezes são espaços para encontrar com amigos, confraternizar e, no caso dos esportes, estar em meio aos seus torcedores. É um espaço para celebrar um título durante os melhores dias, ou até mesmo para sofrer durante uma derrota dolorida.
Já para os empreendedores, os esportes são um verdadeiro evento impulsionador da economia do setor de alimentação fora do lar como um todo. No Brasil, onde a realidade é que a maioria esmagadora das empresas são micro e pequenas, muitas vezes se tornam uma oportunidade de sobrevivência.
* Repórter da Agência de Notícias da Abrasel