Essas bebidas oferecem praticidade tanto para os consumidores quanto para os empreendedores do setor, que conseguem ampliar o portfólio sem comprometer a agilidade da operação. O mercado de drinks prontos tem registrado crescimento expressivo, impulsionado por um público que busca alternativas além da cerveja e dos destilados tradicionais.

Um mercado em expansão

Nos Estados Unidos, em 2020, esse tipo de bebida já representava 12,6% do mercado de bebidas alcoólicas, segundo a Nielsen. Globalmente, a tendência segue forte: em 2021, o segmento movimentou US$ 32,9 bilhões e a expectativa é que alcance US$ 85,5 bilhões até 2030, conforme dados da InsightAce Analytic. No Brasil, o crescimento também é expressivo: entre 2020 e 2022, a Nielsen Scantrack registrou aumento de 60% no consumo dessas bebidas.

Guilherme Drager, sócio-diretor da Equilibrista, relata que a empresa registrou crescimento de 300% na produção em relação ao ano anterior. "Quase um milhão de latas foram produzidas apenas no pré-carnaval e carnaval. Em Belo Horizonte foram mais de 500 mil latas, enquanto em São Paulo foram cerca de 230 mil. Esse crescimento se mantém ano após ano, mostrando a consolidação dos drinks prontos."

Além do aumento na produção, a demanda também surpreendeu. "Foi comum ver carrinhos de ambulantes com sobras de cerveja e de drinks das grandes indústrias, enquanto nossos produtos se esgotavam rapidamente. No meio do bloco, nossas bebidas já tinham acabado, e o preço subia de R$ 15 para R$ 25 devido à escassez", conta Guilherme.

Praticidade e padronização para bares e restaurantes

Para bares e restaurantes, os drinks prontos representam uma solução estratégica, reduzindo o tempo de preparo e a necessidade de mão de obra especializada. Isso permite uma operação mais ágil, especialmente em momentos de grande fluxo de clientes.

Edson Segundo, diretor-geral da Lambe Lambe, reforça essa percepção: "Os drinks prontos são um fenômeno de comportamento de consumo. O jovem quer qualidade, preço justo e não quer esperar na fila do bar. Isso mudou a relação do público com a bebida e ampliou a aceitação dos coquetéis prontos".

Além da praticidade, os drinks prontos também trazem vantagens financeiras. "É uma margem boa para os estabelecimentos e uma grande vantagem competitiva. Os empresários estão entendendo que esse é um produto que se vende sozinho", explica Edson.

Outro benefício está no volume de vendas. "Eu consigo fazer e vender 5 caipirinhas no tempo que gasto para vender 40 drinks prontos. A margem de ganho é muito próxima, mas a eficiência operacional é muito maior", ressalta Edson.

Esse custo-benefício é um grande atrativo para um setor que ainda enfrenta desafios financeiros. Segundo a Abrasel, 64% dos estabelecimentos operaram sem lucro em janeiro. Diante desse cenário, as bebidas ready to drink seguem conquistando espaço e se tornando uma aposta cada vez mais sólida para o setor de alimentação fora do lar.

*Texto produzido pela Agência de Notícias da Abrasel