Inflação continua como maior adversário dos bares e restaurantes

Publicado em 20/12/2024 às 06:00.


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 0,39% em novembro de 2024, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE.

O grupo "Alimentação e Bebidas" foi o principal responsável pela alta, com incremento de 1,55%, impactando o índice geral em 0,33 ponto percentual. A alimentação no domicílio apresentou aumento de 1,81%, com destaque para as carnes, que subiram 8,02%.

Já a alimentação fora do lar teve uma variação mais moderada, de 0,88%, refletindo os esforços de bares e restaurantes em segurar os preços para não afastar os consumidores. Contudo, essa contenção tem pressionado as margens de lucro do setor, que busca se equilibrar entre os custos e a fidelização de seus clientes.

De acordo com pesquisa da Abrasel, em outubro, 61% das empresas operaram sem lucro, enfrentando dificuldades para repassar os aumentos de custos aos clientes, o que mostra a pressão financeira sobre os estabelecimentos. Esses números refletem um cenário desafiador, em que o setor tenta equilibrar a manutenção da qualidade dos serviços e o aumento dos preços de insumos.

Apesar dos desafios, o setor de alimentação fora do lar tem se esforçado para manter sua competitividade, absorvendo parte dos custos. Para o presidente da Abrasel, a expectativa é de que, com o fim de ano, o cenário melhore, trazendo alívio e maiores perspectivas de crescimento. A temporada de festas, além de ser uma oportunidade para aumento das vendas, representa uma chance de recuperar parte das perdas causadas pelos custos elevados.

A chegada das festas de fim de ano, com o pagamento do 13º salário, tende a impulsionar o consumo no setor, o que é visto como uma oportunidade para aumentar as vendas e atrair mais clientes para os estabelecimentos. A pesquisa da Abrasel revela que 78% dos empresários do setor esperam crescimento nas vendas durante este período, já que as celebrações, como Natal e Ano Novo, costumam gerar um aumento significativo no fluxo de clientes.

Para lidar com o aumento do movimento, 40% dos estabelecimentos têm a intenção de contratar novos funcionários, preparando-se para a alta demanda. Esse movimento é uma estratégia para melhorar o atendimento e garantir que a experiência do cliente não seja prejudicada durante o pico de consumo.

Com a reforma tributária, o setor também celebra a redução da alíquota do imposto em 40%, além da exclusão da gorjeta e do delivery da base de cálculo, o que traz uma esperança de alívio financeiro e melhora nas condições do setor. Tais mudanças representam um passo positivo para a recuperação do setor de alimentação fora do lar, que continua enfrentando os desafios de uma economia instável.

Em meio aos desafios econômicos, os empresários de bares e restaurantes se mostram otimistas com a perspectiva de recuperação, apostando no aumento do consumo, nas novas medidas fiscais e nas oportunidades geradas pelas festas de fim de ano. A expectativa é que o setor inicie 2025 com mais força e otimismo, superando as dificuldades enfrentadas durante o ano.

*Texto produzido pela Agência de Notícias da Abrasel

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