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Páscoa desafia produtores e consumidores com alta histórica do cacau

Publicado em 18/04/2025 às 06:00.


A Páscoa de 2025 chega com um desafio amargo para quem vive — ou consome — chocolate. O preço do cacau, principal matéria-prima da data, bateu recordes históricos, impactando diretamente produtores artesanais e consumidores em todo o país. A tonelada da amêndoa ultrapassou US$ 10 mil em março, reflexo da quebra de safra em países como Gana e Costa do Marfim, que concentram 60% da produção mundial.

O impacto no Brasil foi inevitável. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os preços dos ovos de chocolate subiram 9,5% já na Páscoa de 2024. Em três anos, a alta acumulada chega a 43%. Em 2025, o cenário ficou ainda mais desafiador.

Em Salvador (BA), a confeitaria artesanal Tortarelli teve que repensar processos para equilibrar qualidade e custo. “Sem dúvida, a alta histórica do cacau nos desafiou bastante neste ano. Tivemos que nos adaptar rapidamente, buscando equilíbrio entre manter a qualidade que nossos clientes já conhecem e tornar os preços acessíveis”, conta a sócia Anna Patrícia Maia.

A estratégia foi apostar em produtos de maior valor agregado, como ovos recheados e bombons personalizados, e antecipar a compra de insumos. “Também fizemos um planejamento de compras mais estratégico e reformulamos receitas, sem comprometer sabor ou textura”, explica.

Criatividade e afeto em tempos difíceis

A confeitaria evitou repassar todo o impacto aos clientes, mas ajustes de preços foram inevitáveis. “É fácil ceder à tentação de cortar custos que impactam diretamente a experiência do cliente — mas escolhemos seguir pelo caminho mais difícil: encontrar soluções criativas sem abrir mão do padrão artesanal”, afirma Anna.

Apesar da crise, a resposta dos consumidores surpreendeu. Muitos mantiveram a tradição de presentear, ainda que com adaptações. “Mesmo com o orçamento mais restrito, nossos clientes reconheceram o valor do trabalho artesanal. Tivemos muitas encomendas personalizadas, o que mostra que as pessoas ainda buscam produtos com significado”, completa a empreendedora.

Seleção afetiva

Do outro lado do balcão, o consumidor também teve que se reorganizar. A engenheira de produção Karla Santana, moradora de Volta Redonda (RJ), conta que precisou fazer escolhas. “Neste ano foi um pouquinho mais complicado de presentear todos os entes queridos. Tive que selecionar quem eu iria presentear com ovos e quem iria ganhar uma lembrancinha. Até minha irmã vai se contentar com uma barra de chocolate”, diz.

Mesmo neste cenário, segundo pesquisa da Abrasel, em comparação ao mesmo período do ano passado, 71% dos empresários do setor de alimentação fora do lar esperam aumentar o faturamento no feriado da Semana Santa.

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