Primeiro dia de 2022. Você acordou hoje e o mundo é o mesmo, com os mesmos problemas, desafios e disparidades. Sim, a travessia do deserto continua. Mundo afora interesses econômicos continuam se sobrepondo à dignidade humana. O poder, na maioria dos casos, continua como um fim em atendimento a projetos pessoais ao invés de meio para melhorar a vida dos povos. Para quem imaginava que algo mágico aconteceria com a chegada do novo ano, que após a virada do dia 31 teríamos um mundo diferente e melhor, com o fim da pobreza, da fome, das injustiças e dos privilégios, a realidade nos mostra o mesmo cenário cinzento em âmbito global.
Precisamos perseverar e não desanimar. As dificuldades e os desafios são enormes. No nosso micro mundo ficamos indignados e até vulneráveis na ânsia em ajudar o crescente aumento de moradores de rua e de pedintes por onde passamos; com o elevado desemprego; com a alta inflação que atinge em cheio as classes D e E; com a brutal desigualdade dos que passam fome, dos que em uma enchente perderam o pouco, mas que para eles era tudo que tinham, em contrapartida aos que se esbaldam em jatinhos, iates e mansões mundo afora; dos intolerantes, maniqueístas e boquirrotos que se arvoram pelas redes sociais como donos da verdade, sufocando vozes e pensamentos divergentes.
2022 chega com a Covid ainda nos preocupando, deixando no ar se ainda há algo pior por vir em detrimento desta triste pandemia. Por suposto a preocupação primária são as vidas, atentando também para os efeitos da economia mundial, com reflexos na geração de empregos e no comércio internacional.
Em se tratando especificamente de Brasil, o tensionamento político está apenas em estágios iniciais, o que indubitavelmente não é boa notícia e deveras preocupa. Com as eleições presidenciais e estaduais em outubro, o clima eleitoral subirá de forma acentuada, atingindo ainda mais de forma inevitável a já cambaleante economia do país. E por suposto as relações humanas e sociais, com acaloradas discussões, brigas e até rompimentos nas relações familiares e entre amigos.
Nestes termos, fica muito difícil termos boas novas quanto à substancial redução da pobreza, da desigualdade e do desemprego no Brasil no próximo ano. Imprescindível, indispensável e inegociável é o respeito e a preservação dos princípios do Estado Democrático de Direito por todos, seja por parte dos candidatos ou dos cidadãos brasileiros.
Não obstante tudo, não podemos ser possuídos pelo desânimo e descrença em prol de um futuro próximo melhor. Fé e sabedoria na tomada de decisões. Dois pontos importantes para reflexões de todos: formule seus planos confiando-os ao Senhor. “Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nEle e Ele agirá: Ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente. (Salmos 37:3-6).
E, por fim, quando porventura nossos planos se desmantelam, fundamental mantermos a confiança no direto envolvimento de Deus. Ao invés de nos entregarmos à raiva e ao murmúrio, podemos confiar que os planos dEle são melhores que os nossos. “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e Ele endireitará as suas veredas.” (Provérbios 3:5-6).
Um bom e abençoado 2022 a todos!!