De dois em dois anos os sintomas da TPE acometem o país, em intensidade e motivação diferente dependendo de cada indivíduo ou segmentos da sociedade. Mas de um jeito ou de outro, todos somos atingidos!
E a atual conjuntura econômica, política e social indicam uma das eleições mais tensas da nossa história democrática. O cenário beligerante e polarizado potencializam os sintomas da TPE dos próximos três meses.
No campo econômico, os cenários nacional, por problemas de governança e de governabilidade, e o internacional já estavam deveras preocupante, potencializados pela pandemia da Covid e pela guerra da Ucrânia.
O aspecto eleitoral contribui sobremaneira para o aumento dos sintomas de tensão. Como a esmagadora maioria dos atuais governos mundo afora enfrentam queda nos índices de popularidade, intentam e propõem medidas econômicas que visam mitigar aspectos sociais que afligem a população, especificamente nos países menos desenvolvidos e mais desiguais, o que óbvio inclui o Brasil. E estas medidas, com efeitos até positivos no curtíssimo prazo, por suposto a curto e médio prazo têm impactos deveras preocupantes no aspecto fiscal dos países.
E candidatos de oposição, ávidos pela conquista do poder e cientes do humor da população, focam seus discursos populistas em um estado com recursos ilimitados capaz de prover todas as necessidades dos mais pobres. Pintam um país próximo da perfeição, desde que ganhem as eleições.
Posto isso, a Tensão Pré Eleitoral se instaura com as incertezas e indefinições políticas. A impressão que fica é que o poder é um fim em si mesmo, e não um meio para proporcionar eficientes ações e políticas públicas aptas a construir um país mais justo e menos desigual.
O tal do povo, somos encarados apenas como eleitores e ferramentas para lograr o poder, e não como financiadores da máquina estatal pelos altos tributos que pagamos e principalmente como destinatário de políticas públicas.
Outro preocupante elemento que agrava os sintomas da TPE é quanto aos riscos à nossa democracia. Preocupa sobremaneira questionamentos do nosso sistema eleitoral sem algo concreto quanto a fraudes de eleições passadas. A pós verdade não pode prevalecer nas análises e encaminhamentos de algo tão importante para a democracia de um país. É imperioso fatos prevalecerem a achismos e “verdades pessoais”. Fato é que não houve nenhuma comprovação de fraude em pleitos passados. Pode haver nas próximas? Pode. Então que se tomem as devidas providências, o que parece que tem sido feito com acompanhamento de especialistas, acadêmicos e partidos políticos.
Teremos nos próximos três meses muita tensão, especificamente no mês de setembro, véspera das eleições de 02 de outubro. E por suposto, caso tenhamos segundo turno, até o dia 30 de outubro.
O beligerante clima eleitoral acirrará muito os ânimos, teremos casos de violência entre grupos distintos, amizades serão desfeitas, brigas entre familiares serão frequentes e o mercado financeiro vai externalizar um país polarizado e com mar revolto, o que agravará nosso cenário econômico e de inflação.
E por fim que a soberania popular seja respeitada e sejam mais suaves os sintomas de outra TPE, que neste caso é Tensão Pós Eleição, que falaremos em outra coluna. Até porque em novembro temos Copa do Mundo!