Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

As estratégias de Sun Tizu: da guerra para as eleições

Publicado em 05/07/2024 às 06:00.

Em ano de eleição, indispensável para os candidatos, coordenações e núcleo político atentar para os ensinamentos do general, estrategista de guerra e filósofo chinês Sun Tizu.

Em seu clássico “A Arte da Guerra”, o autor apresenta um tratado filosófico-militar no qual reuniu estratégias e táticas militares para vencer o inimigo. E como eleição é uma guerra no que concerne em lograr a vitória (sobre adversários, e não inimigos), sua adequação à realidade das eleições é deveras pertinente e razoável.

Listo abaixo alguns tópicos do livro para análise e reflexões de todos os leitores acerca da similaridade entre guerra e eleições.

PREPARAÇÃO DOS PLANOS: “O general que vence uma batalha fez muitos cálculos no seu templo antes de ser travado o combate. O general que perde uma batalha fez poucos cálculos antes. Portanto, fazer muitos cálculos conduz à vitória e poucos, à derrota”.

GUERRA EFETIVA: “O valor do tempo - isto é, estar ligeiramente adiante de seu adversário- vale mais que a superioridade numérica ou os cálculos mais perfeitos com relação ao abastecimento”.

A ESPADA EMBAINHADA: “Portanto, a mais perfeita forma de comandar é impedir os planos do inimigo; depois impedir a junção de suas forças; a seguir atacar o exército inimigo no próprio campo.

Se conhecemos o inimigo e a nós mesmos não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”.

TÁTICAS: “A garantia de não sermos derrotados está em nossas mãos, porém a oportunidade de derrotar o inimigo é fornecida pelo próprio inimigo. O verdadeiro mérito é planejar secretamente, frustrar as intenções do inimigo e impedir seus planos.

 Por isso, o guerreiro hábil coloca-se numa posição que torna a derrota impossível e não perde a ocasião de aniquilar o inimigo”.

PONTOS FRACOS E FORTES: “Assim sendo, os lugares a serem atacados são exatamente os que o inimigo não pode defender. O que o vulgo não pode compreender é como a vitória pode ser obtida por ele a partir das próprias táticas do inimigo. O local onde pretendemos lutar não deve ser revelado, pois assim o inimigo terá de se preparar contra um possível ataque em vários pontos diferentes”.

VARIAÇÃO DE TÁTICAS: “Não se demore em posições perigosamente isoladas. Em situação de cerco, deve recorrer a estratagemas. Numa posição desesperada, deve lutar. Há estradas que não devem ser percorridas e cidades que não devem ser sitiadas. A arte da guerra nos ensina a não confiar na probabilidade de o inimigo não vir, mas na nossa presteza em recebê-lo; não há chance de ele não atacar, mas em vez disso, no fato de que tornamos nossa posição invulnerável”.

O EMPREGO DE ESPIÕES: “Ter espiões internos significa usar os funcionários do inimigo. Homens direitos que foram rebaixados, criminosos que sofreram penas, também concubinas favoritas gananciosas de ouro; homens ofendidos por estarem em posições subalternas ou preteridos na distribuição de cargos, outro ansiosos para que seu lado seja derrotado. Ter espiões convertidos quer dizer apoderar-se de espiões do inimigo e empregá-los para nossos próprios fins”. 

Posto isso, estamos na reta final das mexidas do xadrez eleitoral para o pleito de 06 de outubro, em que serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o país. As definições deverão se dar em convenções do dia 20 de julho a 5 de agosto.

E a guerra, ou melhor, a campanha eleitoral, inicia no dia 16 de agosto, nos termos da lei. Na expectativa que os eleitores mostrem maturidade nas escolhas que indubitavelmente impactarão nossas vidas no dia a dia em nossas cidades.

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