Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

BH: 3 nomes para 2 vagas no segundo turno

Publicado em 04/10/2024 às 06:00.

Final de primeiro turno emocionante na capital mineira. Praticamente embolados Mauro Tramonte, Bruno Engler e Fuad Noman disputam voto a voto quem vai para o segundo turno, que sem dúvida será muito disputado. 

Republicanos, PL e PSD são os partidos dos pretendentes. Para surpresa de alguns, o PT mais uma eleição em BH ficará fora do segundo turno. Vários motivos a refletir explicam tal fato, seja pelo desgaste do partido no negativo governo Fernando Pimentel, pela não renovação dos seus líderes, pela não modernização do seu discurso e linha programática, pelo abalo da imagem do partido pelos escândalos recentes de corrupção, e por aí vai.

Em âmbito nacional, candidatos do campo da direita estão na frente em capitais que elegeram Lula em 2022, como Porto Alegre, Aracaju, Salvador ou Fortaleza. Na principal capital do país, SP, o campo da esquerda corre o risco de nem ir para o segundo turno. E caso vá, grande probabilidade de derrota.

Por suposto, alguns efeitos trarão nas eleições de 2026, não obstante os resultados das eleições municipais nem sempre cravam o resultado do pleito presidencial seguinte. Em 2020, o PT não conquistou o comando de nenhuma capital pela primeira vez desde a redemocratização, mas ganhou a Presidência em 2022.

Na expectativa dos 2 nomes que disputarão em BH para ver como se comportará o campo da esquerda. Cada um dos 3 postulantes com chance, têm suas forças nestes dois dias finais. Mauro Tramonte com maior probabilidade, tem baixa rejeição, forte presença nas classes C, D e E e dos três nomes o que mais tem potencial de voto, segundo a última pesquisa da Quaest. 

Bruno Engler tem grande força nas redes sociais, e como a propaganda eleitoral no rádio e TV encerrou na quinta feira, terá sexta e sábado no seu campo mais forte de atuação.

 Ademais, é o nome que tem o voto mais consolidado dos 3 e com potencial de crescimento naqueles eleitores que se identificam como de direita - campo majoritário em BH com 39,8%, conforme pesquisa do Otempo.

Já Fuad Noman tem possibilidade de atrair eleitores de esquerda na reta final pela estratégia do voto útil. E com uma campanha muito rica, não faltarão recursos nesses dois dias. Não obstante isso, será foco principal de fortes críticas pelas redes sociais, seja pelo uso da máquina da PBH na campanha, problemas concretos na prestação de serviços públicos em áreas importantes como saúde e educação (trocou 5 vezes de secretário nos últimos 2 anos), recursos financeiros de sua campanha que causam indignação pelos eleitores, como as de pessoas do setor de transporte coletivo, e por aí vai.

Importante frisar que pesquisas atestam que ainda há grande número de indecisos, e atestam ainda o baixo interesse da população de BH pelas eleições daqui. A de SP demonstrou muitas das vezes mais interesse, talvez pela pancadaria, cadeirada, socos, etc.

A expectativa que o segundo turno por aqui seja frutífero nos debates de propostas para a cidade. Mesmo sendo um indicativo que será nacionalizada e com delimitações mais claras entre os campos da direita e da esquerda, a população deverá acompanhar com mais atenção os dois candidatos, suas ideias e concepções para a cidade, o lado de grupos políticos e lideranças representativas da sociedade civil, a experiência dos candidatos, dentre outros pontos relevantes.

Portanto são três cenários prováveis: Mauro Tramonte X Bruno Engler; Mauro Tramonte X Fuad Noman e Bruno Engler X Fuad Noman.

Por fim, que nesta sexta e sábado todos possam definir com consciência um nome que vai merecer o voto, e no domingo ao confirmá-lo na urna eletrônica, o façam de forma consciente e responsável que estamos dando uma procuração para alguém atuar em nosso nome em prol do melhor para nossa BH!

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