Por suposto há muito a ocorrer ainda na atual pré-campanha e na campanha eleitoral propriamente. E ademais o xadrez das candidaturas a prefeito ainda será modificado, com a retirada de nomes até então colocados.
Mas com uma análise detalhada e estratégica de pesquisas sérias divulgadas e movimentações políticas de atores e partidos “da prateleira de cima”, salvo melhor juízo e análise, disponho três nomes no momento como favoritos: Rogério Corrêa (PT), Mauro Tramonte (Republicanos) e Bruno Engler (PL).
Cada um dos acima possui representativas forças e também fraquezas. O vitorioso será aquele que melhor fortalecer aquelas e melhor mitigar estas, e convencer o eleitor que é o mais apto a comandar BH com sua complexidade de problemas e desafios. Vale lembrar que o processo de conquista do voto é emocional e não racional.
Em uma célere análise dos nomes acima, Rogério Corrêa tem como forças ser o nome do presidente Lula na disputa, com forte base social na cidade e experiência de mandatos, com conhecimento da cidade e seus problemas. Como fraquezas, segundo pesquisas, alta rejeição, discurso com dificuldade de conquistar eleitores fora da sua bolha, e o eleitorado da capital se declarar majoritariamente como de centro para a direita (Bolsonaro venceu Lula no segundo turno por 54,25 % a 45,75%).
Mauro Tramonte tem como forças ser o atual líder nas pesquisas, ser bem conhecido devido ao programa que apresentava, o Balanço Geral, da Record Minas, não ser identificado como político profissional (está no segundo mandato de deputado estadual). É considerado de centro (o que lhe possibilita escapar da forte polarização repugnada por parte das pessoas), e tem bom potencial para conquistar eleitores da centro-esquerda e da centro-direita, que serão decisivos. Como fraquezas, um partido sem base sólida e social na cidade. Cleitinho, o senador do partido, já afirmou que não o apoiará por compromisso com Bruno Engler e uma interrogante dos eleitores quanto a sua capacidade em comandar a terceira capital do país.
Já Bruno Engler tem como forças o apoio de Bolsonaro (vencedor na capital mineira, como disposto acima), recursos financeiros, já que o PL tem como uma das prioridades a eleição de BH e ainda ter uma forte militância de direita com intensa atuação nas redes sociais. Como fraquezas um discurso com dificuldades em conquistar o eleitorado de centro, ser uma incógnita quanto a capacidade de governar uma cidade complexa e heterogênea como BH. E por suposto outra fraqueza é convencer os eleitores (excetuando os da extrema direita) que se eleito, terá capacidade de diálogo perante diversas forças e interesse diversos, pois uma coisa é ser parlamentar de oposição e midiático, outra completamente diferente é sentar na cadeira de prefeito.
Desafios significativos aos candidatos e suas equipes. Algo para todos: nunca subestimar os adversários e nem superestimar o próprio potencial. Alguns podem perguntar sobre atual prefeito Fuad, o Gabriel Azevedo e a Luíza Barreto. Sem dúvida nomes com virtudes, mas com enormes dificuldades de quebrar a polarização por serem poucos conhecidos da população e o tempo ser curto para reversão.
Ademais, Fuad nem tem seu partido coeso ao seu redor e não conta com o apoio de Kalil, que o escolheu como vice. Já Gabriel, é o que mais tem condições de desconstruir a atual gestão, mas não aproveitou com efetividade a condição de presidente da Câmara Municipal para se tornar mais conhecido. Mas se acertar na estratégia pode surpreender! E Luíza Barreto e seu partido erraram na estratégia, pois atuou até recente como titular de uma secretaria conhecida como uma pasta do Não, ao invés do que seria correto alguma outra com entregas de potencial eleitoral.
Por fim, as análises acima são conjunturais e por suposto podem modificar com mexidas finais do tabuleiro, até mesmo algumas mais radicais e difíceis no momento, como toda a esquerda se juntar no atual prefeito Fuad e a direita definir em fechar com Tramonte ainda no primeiro turno.
Aguardemos!