O norte-americano e renomado consultor de empresas Stephen Graves tem como eixo principal dos seus livros e artigos ajudar líderes a florescer em suas vidas e trabalhos. Um deles em destaque trata dos perigos do sucesso, descrito abaixo em alguns trechos.
“Muitas pessoas lidam com o fracasso muito melhor do que lidam com o sucesso. O fracasso pode edificar uma pessoa, enquanto o sucesso pode arruiná-la. Eu tenho visto isso na vida de líderes empresariais, políticos, atletas, atores. Talvez o desafio de ter que lidar com o sucesso de forma apropriada tenha feito com que Albert Einstein dissesse: “Tente não se tornar um homem de sucesso, antes, tente tornar-se um homem de valor”.
O sucesso não é ruim, mas precisa ser digerido. Quando digerimos alguma coisa, nós a quebramos e ela se torna parte do corpo, não algo que fica encalhado em nosso estômago e causa dor. O sucesso é algo que nós consumimos totalmente; de outro modo ele nos consumirá totalmente. Como o sucesso pode nos consumir? Quatro perigos vêm à mente:
O sucesso frequentemente causa uma visão super aumentada de nossas habilidades. Pense no que o sucesso traz: congratulações para o atleta que é uma estrela dos esportes; um escritório mais amplo, um título impressionante e uma compensação maior para o executivo que começa a despontar como uma estrela; frequente aclamação pública para o palestrante ou pregador; honrarias e elogios ao estudante que só tira nota “A”. Tudo parece gritar: “Eu fiz isso!”
O sucesso frequentemente traz com ele a sensação de direito legal que prejudica os relacionamentos. As pessoas o tratam de maneira diferente quando você alcança o sucesso. Elas não questionam suas decisões com tanta frequência ou com tanto rigor.
Elas fazem de tudo para satisfazer seus caprichos. Elas perguntam a sua opinião, mesmo que você não tenha experiência sobre o assunto.
O sucesso é viciante e você se torna disposto a fazer qualquer coisa para mantê-lo. Nós tomaremos atalhos, abandonaremos amigos, trabalharemos mais do que deveríamos, deixaremos de cumprir promessas e compromissos. O sucesso se torna um ídolo, um falso deus a quem servimos.
Nós podemos ir ao outro extremo e nos tornarmos complacentes. CEOs que atingiram o sucesso deixaram de procurar liderar. O sucesso geralmente parece ótimo até você se dar conta de que aos poucos abandonou as crenças e as pessoas que contribuíram para sua prosperidade. Jesus disse: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma [VIDA]? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma [VIDA]? (Mateus 16:26).
Eu não sou contra o sucesso. A mensagem aqui é como lidar com o sucesso. As pessoas podem fazer o bem quando digerem o sucesso de modo apropriado, usando sua autoridade, finanças e aplausos para ajudar outras pessoas e servir a Deus. Isso leva a uma vida mais realizada e satisfatória. Como digerimos o sucesso? Começa por nos lembrarmos de quem nos ajudou a atingir o sucesso; lembrarmos dos mais nobres propósitos do sucesso; e, acima de tudo, lembrarmos da mais profunda fonte do sucesso: Deus. Se o seu sucesso o fizer voltar-se para este tipo de lembrança, três coisas boas irão resultar:
1. O sucesso vai aumentar sua humildade e refrear sua arrogância.
2. Ele o fará pensar: “Veja o que Deus me capacitou fazer!” e não “Veja o que eu fiz!”
3. Ele despertará o desejo de ajudar outros e alavancar suas vantagens em favor dos outros e do reino de Deus.
No livro de Deuteronômio no Antigo Testamento, Deus alertou ao povo israelita (e a nós) quanto ao sucesso futuro: “‘Não digam, pois, em seu coração: ‘A minha capacidade e a força das minhas mãos ajuntaram para mim toda esta riqueza’. Mas, lembrem-se do Senhor, o seu Deus, pois é Ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza, confirmando a aliança que jurou aos seus antepassados, conforme hoje se vê.
Mas, se vocês se esquecerem do Senhor, o seu Deus, e seguirem outros deuses, prestando-lhes culto e curvando-se diante deles, asseguro-lhes hoje que vocês serão destruídos.’” (Deuteronômio 8: 17-19).