O mundo pós Covid se encontra bem complexo. Problemas e características anteriores à pandemia afloraram de forma mais séria em todas as faixas etárias. Uma das áreas que merece destaque é em âmbito profissional.

Vide o relatório de bem-estar 2022 da Betterfly, plataforma de benefícios corporativos, em que chama atenção a exaustão no trabalho, presente em todas as idades.  Os da geração Z (1995 - 2010) são os mais afetados. Segundo os dados, 60% afirma estar com exaustão e sensação de burnout (esgotamento profissional). A sobrecarga de trabalho também é um problema para 47%, seguida da vontade de pedir demissão (45%), falta de reconhecimento (44%) e tratamento injusto (25%).

Já para os chamados millennials (1981 - 1995), exaustão é uma questão para 57% e a sobrecarga de trabalho também afeta 53% deles.

Quanto a geração X (1965 - 1981) a exaustão chega a 50% e sentindo falta de reconhecimento profissional (49%). Já em relação aos Baby boomers (1945 - 1964) o principal problema não é a exaustão, mas a falta de reconhecimento, que afeta 48% dos profissionais. Na sequência vêm sobrecarga de trabalho (40%) e burnout (38%).

E o que esperar para os próximos anos? Como podemos nos preparar e quais habilidades serão exigidas em um futuro próximo para sermos mais efetivos no trabalho?

De acordo com a Dell, gigante da informática, 85% de quem está no mercado de trabalho terá funções que ainda não existem.

Interessante matéria da Forbes USA, apresenta algumas relevantes habilidades profissionais para a próxima década. Destaco sete delas:

- Alfabetização digital: “de acordo com o Fórum Econômico Mundial, mais da metade dos trabalhos que realizaremos em 2030 exigirão uma compreensão da tecnologia digital”.

- Trabalho Sustentável: “o mundo só atingirá suas metas ecológicas e evitará a catástrofe climática se as empresas investirem recursos significativos para colocar seus próprios negócios em ordem. Isso significa minimizar o desperdício, reciclar sempre que possível, usar fontes de energia verde e reduzir a poluição e as emissões de carbono”. E os profissionais precisam estar alinhados com as diretrizes.

-  Pensamento Crítico e Análise: “o mundo nos bombardeia de informações, e separar o que é valioso do que é apenas ruído. Isso significa desenvolver a capacidade de analisar e avaliar qualquer coisa, desde opiniões a planos, e usar habilidades de raciocínio crítico para determinar se a informação tem valor ou é algo que devemos descartar”.

- Pensamento Criativo: “criar novas maneiras de fazer algo, resolver problemas de maneira imaginativa e pensar como as coisas poderiam ser mudadas para melhor. Isso significa que aqueles que são capazes de pensar “fora da caixa” serão necessários para desenvolver soluções inovadoras à medida que os desafios surgirem”.

- Inteligência Emocional: “esse não é um traço de personalidade, como alguns podem pensar, mas um conjunto de habilidades que podem ser aprimoradas e desenvolvidas para entender melhor como as respostas emocionais de um indivíduo afetam seu trabalho. Esse conjunto de habilidades inclui o desenvolvimento da empatia – a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e ver o mundo do ponto de vista dela”. Respeitar o outro e não querer impor “suas verdades”. Inclui-se, por suposto, temas de assedio, tanto moral, como sexual.

- Formação Contínua: “acabaram os dias em que poderíamos esperar um “emprego para toda a vida” depois de nos formarmos e passarmos por um período como estagiário ou trainee. A capacidade de absorver novos conhecimentos e usá-los para desenvolver novas habilidades e competências será uma das mais importantes”. Pensar e agir “fora da bolha”.

- Habilidades de liderança: “as máquinas podem ser ótimas para realizar tarefas rotineiras e tomar decisões simples minuto a minuto, mas uma coisa que elas não são capazes de fazer é inspirar pessoas. Uma boa liderança envolve a habilidade humana de identificar pontos fortes e fracos para trazer o melhor das pessoas. Ou seja, além de alcançar o sucesso, isso é feito de uma forma que permite que todos cresçam e se desenvolvam”.

A refletir e nos prepararmos!