Juntamente com a indústria, a mineração, o comércio e o setor de serviços, o agro é deveras estratégico para o país, com ênfase para Minas Gerais, pelo enorme potencial no Estado para geração de emprego, renda e na busca efetiva em prol da segurança alimentar da população.
Cabe dispor que Minas é conhecida país afora e em âmbito internacional principalmente pelo seu povo acolhedor e equilibrado, pelo seu rico patrimônio histórico, suas paisagens e pela singular e destacada comida mineira, cujos insumos estão no labor dos valorosos produtores rurais do Estado.
Posto isso, cabem a todos os atores envolvidos na cadeia produtiva do agro articularem com vistas a uma indispensável atuação sinérgica com os governos, parlamentares e demais órgãos de controle, com vistas a uma legislação moderna e políticas preventivas e de educação ambiental em conformidade ao almejado pela população.
Assim sendo, pertinentes e de grande valia algumas reflexões do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, nesta breve entrevista.
- O que o agronegócio representa para a economia mineira e brasileira?
O agronegócio é um dos segmentos que mais cresce e tem grande importância para a economia e desenvolvimento do país. Para se ter uma ideia, em menos de cinco décadas, o Brasil deixou de ser um importador de alimentos para se tornar um dos mais proeminentes exportadores de commodities agrícolas do mundo. A participação do agro no PIB nacional foi superior a 27% em 2021. E Minas tem atuação estratégica. O Estado conta com cerca de 600 mil propriedades rurais e emprega 4 milhões de pessoas direta e indiretamente. Somos mais de 500 mil produtores rurais - e cabe destacar aqui que 90% desse grupo é formado por pequenos agricultores e pecuaristas - que trabalham para colocar diariamente alimento de qualidade na mesa de milhões de pessoas, contribuindo para a segurança alimentar mundial.
- Quais as perspectivas do setor com o governo federal?
A nossa expectativa é manter um diálogo aberto com representantes do governo federal e com a expressiva bancada federal de Minas, para que sejamos reconhecidos e respeitados por tudo o que fazemos e o que poderemos fazer pelo desenvolvimento socioeconômico do nosso país. Somos um segmento forte e produtivo, ligado à CNA, e sabemos da nossa importância e da nossa obrigação de alimentar os estados e o Brasil. Por isso, esperamos que o governo federal também nos compreenda assim, para que possamos continuar atuando com tranquilidade e garantindo o abastecimento dos municípios mineiros e brasileiros. Na esfera estadual, temos total confiança na capacidade técnica, no conhecimento e sensibilidade do governador Romeu Zema e de todo o seu time, pelo respeito que sempre demonstrou em relação ao agro. Pretendemos aproximar ainda mais dos nossos deputados estaduais, para juntos atuarmos em prol do desenvolvimento sustentável do setor.
- Quais os desafios para o fortalecimento do setor em 2023?
Entre os desafios do agro para 2023, destaco aqui a inovação, a capacitação e parcerias. O Senar Minas já atua muito bem nesse sentido. Em 2022, mais de 20 mil produtores rurais receberam Assistência Técnica e Gerencial, com orientações para melhorar a gestão da sua propriedade e mais de 106 mil pessoas receberam cursos para Formação Profissional Rural. Além disso, trabalhamos para detectar os desafios do agronegócio na prática e investimos para incentivar startups na implementação de soluções inovadoras para tornar o agro ainda mais competitivo, eficiente e sustentável. Pretendemos continuar avançando, pois entendemos que esse é o caminho. Quanto a parcerias, vamos estreitar relações com outras importantes entidades como Fiemg, Fecomércio, Ocemg, Sebrae, CDL, entre outras. Juntos potencializaremos ainda mais nossas
vocações de gerar empregos, renda e desenvolvimento econômico e social no Estado, melhorando cada vez mais a qualidade de vida dos mineiros.