A CNI e a Fiemg promoveram no início desta semana um excelente evento com autoridades públicas e empresariais do Brasil e da Alemanha com vistas a possibilidades de promissores negócios e parcerias entre os países.
Sempre é bom reforçar que o mundo global e cada vez mais tecnológico impõe interações entre países para comercio, troca de conhecimentos, parcerias, cooperações, etc.
No evento, a programação incluiu painéis de extrema relevância para reflexões e desafios a serem enfrentados pelos países acerca da proteção climática, transição energética, transformação digital, descarbonização e desafios geopolíticos. Todos estes pontos tratados como pilares da agenda bilateral entre Brasil e Alemanha.
Na abertura do evento, o presidente da Fiemg Flávio Roscoe enfatizou que “Minas Gerais tem 94,5% da sua matriz energética renovável. Podemos vender energia limpa e produtos com baixa pegada de carbono”. Já o governador de Minas Gerais Romeu Zema citou a adesão do Estado ao programa Race to Zero - Campanha global com objetivo de zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
O vice-chanceler e ministro de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck expôs que “o acordo Mercosul e União Europeia pode avançar para a formalização, beneficiando o comércio exterior entre os países.
Importante que crescimento, prosperidade e proteção climática devem estar de mãos dadas para caminharem juntos.
Os dois países têm enorme potencialidades. Não obstante isso, uma diferença abissal deve ser explicitada, o que compromete sobremaneira esta e as próximas gerações brasileiras, a saber: a educação de sua população. E por suposto esse fato impede de sermos uma grande nação, com uma sociedade mais justa e menos desigual, uma sólida democracia com forte sentimento de pertencimento.
Apenas um exemplo dessa constatação. Uma tal de MC Pipokinha que eu nunca tinha ouvido falar e não tinha ideia bulhufas do que fazia. Então dei um google e vi ser a pessoa uma funkeira com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram. Eis que a moça ao ver em suas redes sociais um comentário de uma fã dizendo que sua professora fez críticas a ela, gravou um vídeo em resposta.
Neste a tal Pipokinha debochou do trabalho e dos salários dos professores, dizendo que ganhava até R$ 70 mil em um show e comparou o valor ao rendimento dos trabalhadores da área da educação. “Meu baile está R$ 70 mil: 30 minutinhos no palco, eu ganho R$ 70 mil. Ela não ganha nem R$ 5 mil sendo professora às vezes. Precisa estudar muito”, completou.
Pobre país pobre! E segue o baile. E de quantas décadas precisaremos para os educadores terem mais importância e serem mais valorizados do que os medíocres (de todas as espécies e matizes)? E para nos aproximarmos dos níveis de educação e de cidadania de uma Alemanha?
Já dizia o primoroso líder Konrad Adenauer, primeiro Chanceler da nova República Federal da Alemanha de 1949 a 1963 e um dos principais responsáveis pela consolidação da democracia alemã do pós-guerra: “É uma pena que o limite da inteligência humana não seja proporcional ao da sua estupidez”.
Doutor em Direito pela UFMG e professor da Academia da PMMG