O escritor Eberson Terra dispõe de forma objetiva e direta acerca da complexa relação entre chefes e liderados no ambiente de trabalho, com destaque para os três traços de personalidade que podem influenciar negativamente a liderança: narcisismo, maquiavelismo e apatia.
Em sua obra, o autor enumera, em detrimento dos três traços acima, os 10 perfis de líderes tóxicos mais comuns, conforme entrevista para o Estadão. Boa reflexão para identificar se você já foi liderado por algum e para sua auto análise, se já foi um deles, ou ainda o é!
1- Tirano: “narcisista e controlador, gosta de atenção para si, exige que todas suas ideias sejam bem recebidas e não aceita ser ofuscado por subordinados. Não é possível discutir ideias com esse tipo de chefe. O ambiente é mais competitivo e opressivo. Evitar confrontos diretos pode mitigar a situação. Costuma distorcer a realidade, sabe como manipular informações e criar conflitos entre colegas sem estar envolvido.
2- Politiqueiro: traz um acalento para a empresa como se fosse um amigo, mas é um narcisista. É o líder visto como legal e sensato. No entanto, é tóxico para a empresa.
3- Microgerente: ansioso e controlador, delega tarefas, mas não confia na equipe e fica constantemente vigiando o processo. O microgerente tira a liberdade de produção do time por causa da ansiedade em entregar um projeto o mais rápido possível.
4- Omisso-permissivo: permite tudo e não estabelece limites claros. Por não ter o cuidado em fazer checagem de tarefas, há falta de prioridades na equipe porque tudo vira urgente. O time acaba apagando incêndios constantemente. O líder que se encaixa nesse perfil não estabelece prioridades e ignora o fluxo de trabalho dos funcionários. Ele é omisso por não fazer filtros para equipe e é permissivo porque deixa a equipe fazer de tudo.
5- Guardião da Verdade: sempre acha que está certo e trata quem discorda como inimigo. É autoritário e hostil a qualquer opinião contrária. Com isso, gera um ambiente de medo. Esse perfil é mais comum em organizações com hierarquia piramidal, onde as decisões de quem está no topo são vistas como incontestáveis.
6- Multiplicador de Ansiedade: diferente do microgerente, espalha ansiedade ao transferir seus medos para a equipe. O ambiente é caracterizado por extrema pressão, mas sem foco claro nos resultados. Não sabe priorizar as demandas. Também não está preocupado com a entrega. Evita ser exposto, terceirizando a responsabilidade para o time.
7- Gladiador: é mais comum na área de vendas. O líder fomenta competição desleal dentro da equipe, incentiva funcionários a brigarem entre si para alcançar metas. A competição tóxica aumenta os níveis de rotatividade e cria um ambiente de trabalho desgastante. O líder gladiador não se importa com a questão ética. Ele é do tipo que estimula a competição entre os próprios funcionários. O ambiente deixa de ser saudável e vira uma disputa acirrada para ver quem entrega mais.
8- Bélico: com baixa autoestima, responde a qualquer situação de pressão ou cobrança com agressividade. Mesmo sem uma ameaça clara, se sente na defensiva e ataca como forma de proteção. Esse comportamento é muitas vezes impulsionado por traços de insegurança. Evita confrontar as próprias falhas e da equipe que lidera. Ataca sempre que se sente pressionado pelos seus pares.
9- Acumulador de Problemas: nunca diz “não”. Aceita todas as demandas e faz combinados sem compreender o tamanho da equipe. Isso leva a uma sobrecarga de trabalho na equipe, com prazos irreais e tarefas mal distribuídas. Ele tenta agradar a todos para manter uma boa imagem. O comportamento cria um ambiente de estresse e desgaste.
10- Espalhador de promessas: tem boa artimanha, mestre em prometer recompensas futuras, como aumentos salariais ou promoções, para motivar a equipe a trabalhar além do esperado. No entanto, essas promessas nunca se concretizam”.
Por fim, esses perfis são mais comuns do que imaginamos, alguns até acumulam mais de um deles, comprometendo um ambiente profissional harmônico e criativo.