Em um mundo cada vez mais conectado e competitivo, eficiência das organizações é premissa para sua sobrevivência. Mas imprescindível fixar que não apenas os aspectos econômico e de produtividade. O respeito e o trato adequado ao capital humano é um diferencial da maior importância em qualquer organização, seja pública, privada ou da sociedade civil.
Tem alguns tidos destacados de chefes. Tem os mal-educados; os que “se acham” e ignoram opiniões da equipe por se acharem superiores; tem os que se orgulham de economizar centavos ao invés de investirem, reconhecerem e valorizarem as pessoas; tem ainda aqueles super vaidosos, estilo pavão, que se vangloriam de forma unilateral dos logros e vitórias (que são da equipe) e sempre transferem para outros derrotas e erros.
E esses são alguns pontos que diferem os chefes dos verdadeiros líderes. Itens que fazem uma organização crescer e ser reconhecida, se composta por dirigentes chefes ou líderes.
Todos nós, ou muitos daqui, creio já tivemos a oportunidade de atuar tanto com chefes como com líderes. E sabemos perfeitamente diferenciá-los, e o mais importante, aqueles que nos marcaram, que nos inspiraram, nos motivaram e deixaram fortes legados em nossa trajetória profissional foram os líderes que cruzaram nosso caminho. Dos chefes, fica o ensinamento de como não ser perante nossos liderados.
Dentre alguns verdadeiros líderes que tive a felicidade de atuar, está o atual Ministro do TCU e ex-governador de Minas Antonio Anastasia. Dentre outras áreas do governo, fui Ouvidor Geral do Estado em seu governo. Pessoa de inteligência destacada, visão de estadista, afabilidade singular, humildade no trato com todos, sempre valoriza e reconhece a capacidade técnica das pessoas.
O escritor norte-americano Robert Tamasy cita em um artigo a descrição feita pelo consultor Tim Kight que difere um chefe de um líder: “a mentalidade de um chefe é: As pessoas que comando trabalham para mim. É responsabilidade delas fazer o que eu mando”. Entretanto, Kight afirmou, a compreensão de um líder genuíno é: “Eu trabalho para as pessoas que lidero. É minha responsabilidade proporcionar a elas o suporte que necessitam para que possam realizar coisas excelentes”.
Cita ainda Tamasy o clássico livro de negócios, Good to Great – Empresas Feitas Para Vencer, de Jim Collins. “O livro é baseado em estudos que ele e sua equipe de pesquisadores fizeram com empresas de alta performance. O que eles descobriram foi que, na maioria dos casos, as grandes corporações não eram dirigidas por personalidades muito conhecidas e carismáticas, mas sim, por indivíduos humildes cuja paixão por excelência e sucesso era equilibrada por uma grande humildade”.
“Os líderes do tipo good-to-great (de bom a excelente), jamais quiseram se tornar grandes heróis. Jamais aspiraram ser colocados em um pedestal ou se tornar ícones inatingíveis. Eles foram pessoas aparentemente comuns silenciosamente produzindo resultados extraordinários”.
Tamasy expõe uma importante reflexão adiante: “Lançar uma visão unificadora. Uma das melhores maneiras para liderar consiste em apresentar uma visão de trabalho que inspire todos os envolvidos”.
E a título de conclusão em seu artigo, dispõe de uma citação bíblica para qualificar os líderes. “Equipar aqueles que estão sob seus cuidados para que se desenvolvam. Ao invés de se concentrar naquilo que as pessoas podem fazer em prol de seus próprios objetivos, um bom líder se esforça para descobrir meios de encorajar e desafiar aqueles que se reportam a ele para que prosperem no uso dos dons, habilidades e talentos que lhes foram dados por Deus. “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros”. (Filipenses 2:3-4).