Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

O que esperar da relação entre o governo de Minas e a ALMG

Publicado em 07/10/2022 às 06:00.

Os desafios para os novos mandatários a partir de 2023 mais que recomendam, exigem harmonia entre os poderes Executivo e o Legislativo mineiro. Cada um com suas atribuições constitucionais, o foco principal é a recuperação econômica e social do Estado no grave momento pós-pandemia da Covid.

Tivemos nesta legislatura que se encerra uma verdadeira desarmonia, com prejuízos consideráveis para a população mineira. A fome, o desemprego e a grave crise fiscal do Estado, dentre outros pontos representativos, impõem uma agenda propositiva conjunta, articulada e negociada entre os poderes, com o respaldo e respeito às expectativas da sociedade civil, sempre atentando para o interesse público e o bem comum.

Ano que vem teremos um ano “mais normal”. Após dois anos de pandemia e um 2022 com eleições e Copa do Mundo, 2023 será de extrema importância para tomada de decisões governamentais que refletirão na vida de todos.

Nesses termos, definida a reeleição do governador Zema, fato extremamente positivo para os mineiros, assim como a nova composição da ALMG, o próximo passo é a eleição do presidente do Legislativo estadual, o que indubitavelmente ditará se teremos a almejada harmonia entre os poderes para os próximos anos.

O perfil adequado é um deputado com espírito agregador, conciliador, com conhecimento da Casa Legislativa, aberto ao diálogo também com a oposição, firme quando o momento exige e que se relacione bem com o Executivo estadual, sem por suposto comprometer a independência do poder Legislativo.

Alguns nomes são ventilados, sendo até o momento o único que externalizou a vontade é o deputado Antônio Carlos Arantes. Experiente e de bom trato, vai para seu sexto mandato. Ex-prefeito da cidade de Jacuí, é identificado como conhecedor e atuante das pautas municipalistas, do setor agropecuário e entende o
desenvolvimento econômico como ferramenta para geração de empregos, redução da pobreza e da desigualdade.

Filiado ao PL, foi reeleito com expressiva votação de quase 120 mil votos. Tem convicções ideológicas e programáticas aderentes e convergentes às do governador Zema, o que lhe posiciona bem na disputa entre seus pares. Estes inclusive reconhecem ter o parlamentar liberal características citadas acima, como espírito agregador, conciliador e respeito às heterogêneas forças políticas posicionadas.

Por suposto as articulações e conversas iniciais estão na ordem do dia. Portanto, uma decisão definitiva é esperada somente após o segundo turno da eleição presidencial.

Outros nomes poderão surgir. O ideal seria uma candidatura única, forjada no almejado consenso e que conte com a “simpatia” do governo do Estado e com boas relações com entidades da sociedade civil.

Aguardemos a evolução dos fatos na expectativa que, independentemente do eleito, tenhamos nos próximos quatro anos um ambiente mais favorável para uma profícua relação entre Executivo e Legislativo, o que indubitavelmente impactará positivamente na qualidade de vida dos mineiros.

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