O termo quiet quitting é utilizado praticamente de forma exclusiva em âmbito profissional. Sabe aquela pessoa que faz “só o necessário”? Aquela que quando chega o horário apressa em ir embora, independentemente se alguns minutos a mais seriam suficientes para concluir algo importante para a organização em que trabalha? E ainda se nega a fazer alguma atividade com a simples alegação que não é atribuição do seu cargo? Pois é, e assim sua vidinha profissional vai seguindo. Morna, por suposto.
Ao fim e ao cabo, penso que os quiet quitters perdem. No âmbito da administração privada, as pessoas adeptas a trabalharem em “operação padrão”, fazendo o mínimo necessário para se manterem empregadas, não devem esperar promoções ou bônus remuneratórios. E o mais grave, aumentam as possibilidades de serem demitidas para abrir vaga a uma pessoa pró ativa, aberta ao algo mais do que o estritamente necessário.
Na administração pública, os que trabalham de forma standard têm também, na maioria das vezes, dificultada qualquer promoção ou recebimento de gratificação. E um outro ponto: na condição de servidores públicos, o próprio nome diz, servir ao público, fica comprometida quando a pessoa se limita a fazer o básico, estritamente conforme suas atribuições e seus horários.
Não vou aprofundar muito no quiet quitting na esfera profissional. Há vasto material acerca da temática, com bons artigos, vídeos e entrevistas no infinito mundo das redes sociais.
E que tal refletirmos sobre os quiet quitters da vida pessoal? O mundo hoje está bem complexo. Basta ver os noticiários em que se destacam guerras, agressões, mortes, corrupção, desagregação familiar, tristezas, fome, desigualdade.
Itens estes que estão sobrepondo a qualquer manifestação de solidariedade, de amor, de compaixão, de paz e de harmonia. Não podemos aderir a uma espécie de quiet quitting no nosso dia a dia nos nossos relacionamentos sociais e humanos. O mundo, com nossos problemas diários, exige mais de nós.
Não vivemos numa bolha de forma isolada. A correria diária não nos pode tornar ainda mais egoístas, desconsiderando o que se passa ao nosso redor.
Ao estilo da música “deixa a vida me levar, vida leva eu”, que lástima uma vidinha meia boca, fazendo só o básico “para sobreviver”. Por suposto, de forma indubitável, não é o mais indicado. Mais de nós é imprescindível para encurtarmos a travessia do deserto.
Se supere das ações básicas e simplórias. Saia do aspecto morno em suas ações perante as pessoas. Dê mais afeto. Ame mais. Leve seu abraço a todos que necessitam. Ajude mais. Dê atenção à voz aflita de quem lhe procura. Ofereça o ombro a quem chore. Estenda a mão aos necessitados.
Lembremos do princípio bíblico da Lei da Semeadura que colhemos o que plantamos. Não adotando o quiet quitting em nossas relações humanas, assim nos cercaremos de pessoas com o mesmo pensamento e ações. E assim, daremos nossa contribuição para um mundo melhor!