Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

Ressignifique-se ou morra um pouco todos os dias

30/04/2021 às 20:51.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:49

A palavra ressignificar, ao lado de resiliência, esperança e fé, são termos e sentimentos essenciais e indispensáveis que precisamos para superar este triste momento pandêmico que vivemos. Todos estamos abalados de alguma forma com este terremoto nas nossas relações pessoais e profissionais.

Pelo dicionário on line de português, ressignificar é “atribuir um novo significado a; dar um sentido diferente a alguma coisa”. Podemos dizer que é algo mais profundo e atualizado do clássico da literatura Pollyana, escrito em 1913 por Eleanor H. Porter, e que vários aqui lemos nos tempos de escola. Nele, Pollyana, uma menina de onze anos, após a morte de seu pai, se muda de cidade para ir morar com uma tia rica e severa. A partir de então, passa a ensinar às pessoas o “jogo do contente” que havia aprendido com o seu pai. Este consistia em procurar extrair algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas aparentemente mais desagradáveis e tristes. 

O momento urge um novo olhar sobre todos os aspectos de nossas vidas à partir do agora, superando traumas, tristezas, decepções, perdas, pessimismos, medos, repaginando a narrativa das nossas vidas em prol da paz interna e da nossa felicidade.

Em conformidade ao disposto no portal do Instituto Brasileiro de Coaching, quando “uma pessoa escolhe ressignificar algo, ela está escolhendo transformar uma experiência negativa pela qual passou em sua vida, em algo positivo. Por mais que tenha sido uma situação pesada e dolorosa, ela sempre busca enxergar o lado bom de tudo isso, bem como os aprendizados obtidos a partir de tais vivências, para que, dessa maneira, possa seguir em frente, apesar dos problemas”.

No mesmo diapasão, “independentemente de ficarmos tristes com as adversidades que muitas vezes surgem e nos pegam de surpresa, nós encontremos forças em nosso interior, para visualizar as coisas boas que tais problemas estão nos trazendo, pois, dessa maneira, conseguimos seguir com a nossa vida, sem sofrer tanto com as experiências negativas”. 

Podemos dizer que “em condições normais de temperatura e pressão,” temos todos que enfrentar alguns leões diariamente, adversidades que nos apresentam rotineiramente. Todos passamos perrengues. Equivoca quem pensa que a grama do vizinho é sempre mais verde, que o sol brilha apenas para uns. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, conforme a música de Caetano. E a beleza da vida é derrotarmos os leões, com fé, maturidade, paciência e benevolência. 

E imaginem quando uma tal Covid chega sorrateira e bagunça tudo, adiando ou matando sonhos, limitando projetos, nos isolando de nossos familiares e amigos, ceifando vidas de queridos, tirando emprego de milhares, trazendo fome de outros tantos, e em vários momento nos deixando vulneráveis e com um estranho sentimento de perda de protagonismo em nossas próprias vidas.

Precisamos nos reinventar, sair da bolha em que vivemos e que muitas vezes nos diminui, nos amedronta e nos intimida para viver com mais plenitude e encarar de frente e de forma otimista o chamado “novo normal” que se avizinha. Estudiosos da temática ressignificar, acordam dos seus principais benefícios para cada um de nós, a saber: identificar aprendizados com as inevitáveis experiências negativas; encarar e leva a vida de uma forma leve; ver nos desafios oportunidades de superação; refletir nas dificuldades e negativas da vida como oportunidades e verdadeiros livramentos de Deus em nossas vidas; não se vitimizar e sempre terceirizar decepções rotineiras; reclamar cada vez menos e desenvolver autoconfiança e positividade, elementos indispensáveis para seguir em frente.

Portanto, você decide. Ressignifique-se ou morra um pouco todos os dias.

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