A vitória de Trump sobre a democrata Kamala foi deveras comemorada por setores da direita brasileira como potencializador no mover do pêndulo do poder no país da esquerda para a direita nas eleições presidenciais de 2026.
Em relação às pautas de costumes e às ações de Trump contra a agenda woke, são celebradas em total sintonia com a direita brasileira, como exemplo uma ação executiva assinada no último dia 05 que proíbe mulheres transgênero de competir em esportes femininos. E também instrui o Departamento de Segurança Interna a revisar pedidos de visto de mulheres trans que entram nos EUA para competir em esportes femininos, garantindo que o gênero declarado corresponda ao sexo biológico.
Como defender ou concordar das falas de anexar a Groenlândia e o Canadá, retomar o Canal do Panamá e apropriar-se da faixa de Gaza e construir lá um balneário com resorts de luxo? E da saída da Organização Mundial da Saúde e do Acordo de Paris (tratado internacional que visa combater as alterações climáticas)?
No aspecto econômico, as recém medidas econômicas e protecionistas podem causar um brutal desarranjo internacional, com inflação e desmonte das cadeias globais. Medidas estas que assolam todos, aliados ou não, inclusive na América Latina.
O slogan de campanha de Trump “Make America Great Again”, estampado em camisas, cartazes e bonés, talvez tenha sido compreendido de forma equivocada. Ao citar América, alguns mais animados pensavam que incluía a América Latina ou até de forma mais restrita a América do Sul. Absoluto engano e devaneio. Tratava-se exclusivamente dos Estados Unidos da América. Até porque Trump disse que não precisa do Brasil e da América Latina.
Assim sendo, em vigor a nova versão do imperialismo – que andava fora de moda- do século XXI dando as caras, em que a principal potência mundial mostra as garras e bate a mão na mesa impondo suas vontades e sobrepondo em absoluto seus interesses em detrimento de outros.
A continuar Trump na mesma toada, serão raros - ou até inexistentes- aqueles candidatos em 2026 aqui no Brasil que o usarão como fonte inspiradora e exemplo da direita a ser seguido. Por suposto, possíveis candidatos do campo da direita e seus marqueteiros já reavaliam e redirecionam a rota e estratégias de agora até a data das eleições, 04 de outubro do próximo ano. Algo do tipo, menos ou nada de Trump.
E Trump, que anteriormente poderia ser um trunfo da direita, doravante será um "politicus non gratus" (político não bem-vindo), e pela esquerda, seguramente será usado como o responsável pela crise econômica do país.