Na contramão da necessidade, em vez de BH ganhar novas linhas de ônibus, nós podemos perder as poucas que temos. É isso mesmo! Os passageiros dos ônibus suplementares de Belo Horizonte podem ser impactados com uma redução de 250 viagens por dia, o que representa quase 15% da demanda diária do sistema. Isso porque o contrato de alguns permissionários venceria no último sábado (30/9) e até as 18h de sexta (29/09) não tinha sido renovado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Mas aos 45 minutos do segundo tempo, o prefeito de Belo Horizonte ouviu o clamor de seus cidadãos e não irá permitir a extinção dos amarelinhos (suplementares). Isso porque foi publicada uma edição extra do Diário Oficial do Município onde a prefeitura prorroga até 31 de janeiro as permissões que venceriam no sábado. Também foram convocados os excedentes do credenciamento de 2016 para repor as vagas do sistema. Entretanto precisamos ficar atentos pois ainda temos uma longa estrada dentro da mobilidade em Belo Horizonte. A cidade merece um transporte público de qualidade, ainda mais pagando altíssimos valores a título de subsídio.

Além da falta de renovação dos contratos, em desrespeito à decisão do parlamento, o prefeito Fuad Noman vetou a gratuidade dos ônibus aos domingos e feriados, assim como dispositivos sobre o transporte suplementar que garantiam, por exemplo, 10% do valor do subsídio para essa modalidade de transporte.

Cabia aos vereadores derrubar o veto e garantir a sobrevivência dos suplementares que têm salvado o transporte público em Belo Horizonte. Mas no final de agosto, em reunião extraordinária, a maioria deles mantiveram o veto da prefeitura ao subsídio de R$ 51 milhões ao transporte suplementar. A Câmara decidiu matar a salvar o sistema! Já estamos vendo o sucateamento do serviço.

Desde a pandemia de Covid-19, são 50 coletivos a menos para atender os passageiros que usam o sistema suplementar. Licitado para operar 26 linhas com 300 ônibus, o sistema circula, hoje, com apenas 250 veículos. Com todas essas derrotas para a Prefeitura, o sistema vai entrar em colapso e o prejuízo vai cair no colo do usuário que depende do amarelinho para ir ao trabalho todos os dias entre outros fins.

Quem acompanha meu trabalho sabe da minha luta por melhorias nas condições do transporte público em nossa cidade. Principalmente nos últimos meses, encampei uma luta pela inovação no sistema, melhorias no ônibus, inclusão dos suplementares no subsídio da prefeitura às empresas de ônibus e a redução da tarifa.

Minha luta pela categoria dos suplementares é uma luta pela melhoria na qualidade do transporte público em nossa cidade. Quem me conhece sabe que eu não desisto e desde a derrota na câmara continuo lutando por melhorias no sistema. Na semana passada estive na Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais onde me reuni com vários defensores para falar sobre a situação do sistema e buscar soluções que garantam o direito de trabalhar de cada permissionário.

Sigo na luta por melhorias para o transporte público em nossa cidade! Contem comigo.

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