Vivemos em uma república onde a democracia é um princípio fundamental, estabelecida no artigo 1º da CF/88 e clara em seu parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. A república é uma forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos.
O respeito às leis é o princípio básico de uma democracia. Tanto os cidadãos quanto o Estado devem essa obediência. Partindo desta premissa, temos a legitimidade e a credibilidade do Estado para agir em nome do povo. Se este princípio é violado pelo Estado, o resultado é a convulsão social.
Se o povo não confia mais que o Estado possa garantir a paz e a liberdade democrática, ele, Estado, perde o sentido. Ainda mais quando os instrumentos legais são usados para reprimir liberdades garantidas pela CF, ao arrepio do processo legal.
Foram meses em que os agentes públicos de diversos níveis IGNORARAM os apelos pacíficos de boa parte da nossa sociedade. Esses mesmos agentes lavaram a ficha de um criminoso para que pudesse chegar à Presidência da República. Censuraram e criminalizaram qualquer um que denunciasse o que estava acontecendo. Ridicularizaram cidadãos que resolveram gritar por seus direitos, achando que com isso, esconderiam a quantidade de pessoas que também comungam desse sentimento.
Agora vemos o resultado. E da pior forma possível. Não concordo com vandalismo e destruição de patrimônio público em nenhuma hipótese. Entretanto eu pergunto: por que as coisas chegaram a esse ponto?
Subestimaram a indignação de milhões fingindo ser de algumas dezenas. Acharam que chegariam ao final sem que houvesse ações desesperadas de quem julga estar com a sua liberdade ameaçada? Essa invasão das sedes dos Três Poderes é um novo patamar da crise, chegou-se a um ponto onde não há retorno. É difícil prever o que acontece a partir de agora.
O Governo Lula reagiu com intervenção federal em Brasília e que fará repressão violenta, quem sabe utilizando o que aprendeu com seus amigos Maduro e Ortega. Ele deveria estar aberto ao diálogo, mas seria criticado pelos esquerdistas que o apoiam, pois querem a repressão.
O dia 8 de janeiro de 2023 já entrou para a história do país como símbolo do que acontece quando o Estado esquece que só existe para servir à sociedade que o sustenta e legitima.
Que Deus tenha misericórdia do Brasil. Seguimos orando.