Na atualidade observa-se um trânsito em que os carros estão cada vez mais velozes e, em determinados horários, avenidas congestionadas, onde motocicletas fazem ziguezague em meio à buzinas, veículos parados e ônibus lotados.
Nesse contexto, eis que surge o pedestre que, assim como os motoristas, espera chegar em sua casa são e salvo! Porém não é isso que os números mostram, não são poucas as pessoas vítimas de atropelamentos por todos os tipos de veículos automotores em ruas e avenidas de Minas Gerais.
Todos os dias pedestres envolvidos em acidentes de trânsito são atendidos ainda nas ruas antes de serem levados aos hospitais onde seu desfecho vai desde algumas escoriações até o óbito.
Nessa triste realidade cotidiana, ressalta-se a pessoa com deficiência que também é um pedestre tão ou até mais vulnerável devido à suas necessidades especiais.
Imagine você andado pelas ruas de Belo Horizonte com os olhos vendados e esperando o sinal fechar para atravessar uma rua, ou caminhando por passeios (ainda com os olhos vendados) onde algumas brechas no chão podem aparecer em sua frente despercebidas até mesmo por quem enxerga? Imaginou?
Agora imagine você em uma cadeira de rodas em passeios desnivelados ou sem condições de acolher sua cadeira e você disputando um lugar nas ruas movimentadas junto a veículos e motocicletas? Imaginou? Pois é! É o tipo de aventura que ninguém quer viver.
Muito já foi feito, pisos táteis estão sendo espalhados pela cidade, sinalização semafórica com sinal sonoro para travessia de pedestres com deficiência visual, rampas de acesso, faixas elevadas de pedestre etc. Porém, ainda será necessário um longo caminho com esforço e dedicação de toda sociedade para que um dia motoristas e pedestres, sejam eles pessoas com deficiência ou não, convivam em paz nas ruas e cheguem seguros em suas casas.
Em nosso mandato, temos lutado dia e noite por mais atenção às pessoas com deficiência, buscando codificar a legislação municipal, com várias ações concretas e também, tentando mostrar ao poder público municipal a importância de elaborar projetos com desenho universal e que sejam aptos para todas as pessoas, com foco não na adaptação de espaço, mas na construção de ambientes inclusivos, democratizando a utilização plena de todos os territórios públicos, especialmente aqueles utilizados conjuntamente entre as pessoas e os veículos.
*Escrito conjuntamente com Dr. Wanderson (Deficiente visual)