É com grande preocupação que trago à luz um tema crucial para o nosso bem-estar coletivo: a saúde mental pós-pandemia. A Covid-19, além de sua devastação na saúde física e na economia, deixou cicatrizes profundas na saúde emocional da população mundial, e o Brasil, infelizmente, está entre os países mais afetados. O recente relatório do Global Mind Project, que analisou a situação em 71 países, revela um quadro alarmante que merece nossa atenção.
Surpreendentemente, a pontuação média global não apresentou melhoras significativas desde a pandemia, com países como República Dominicana, Sri Lanka e Tanzânia liderando o ranking de bem-estar mental. O Brasil, porém, ocupa uma das últimas posições ao lado da África do Sul e do Reino Unido.
Dentre os brasileiros entrevistados, 34% relatam estar "angustiados" ou "se debatendo", uma proporção maior do que a média global. Os jovens, especialmente aqueles com menos de 35 anos, são os mais impactados. A pandemia trouxe consigo uma série de fatores estressantes: isolamento social, preocupações com a saúde, incertezas econômicas e perdas pessoais.
O estudo sugere que mudanças nas dinâmicas de trabalho, como o aumento do trabalho remoto, também têm dificultado a recuperação do bem-estar emocional. A flexibilidade do home office, embora benéfica em alguns aspectos, pode misturar vida pessoal e profissional, dificultando a desconexão e a manutenção de limites saudáveis. Muitos relatam jornadas de trabalho mais longas e menos tempo para pausas, além da falta de interação social, o que pode levar à solidão e ao isolamento.
A importância de um ambiente familiar saudável não pode ser subestimada. Relações familiares positivas, com apoio emocional e comunicação aberta, são fundamentais para o bem-estar emocional. Por outro lado, conflitos e disfunções familiares aumentam o risco de problemas de saúde mental.
Durante a pandemia lutamos para que os lockdowns fossem menos rigorosos, uma vez que a eficácia deles até hoje é contestada, para que os templos religiosos, que são importantes para fortalecer laços, permanecessem abertos, entre outros serviços que são essenciais. Resultado, indo na contramão daquilo que era defendido pelo presidente, na época, Jair Bolsonaro, o STF, ao colocar nas mãos dos prefeitos a responsabilidade total sobre o povo, tem sua significativa contribuição para que nossa população hoje estivesse mais doente.
Como representante de Belo Horizonte, comprometo-me a trabalhar incansavelmente para desenvolver políticas públicas que priorizem a saúde mental. Por isso criei a Lei 11.161/19 que instituiu a Semana Municipal de Prevenção da Depressão, onde são prestadas informações à população, mediante procedimentos informativos, educativos e organizativos, sobre todas as formas de depressão e sobre maneiras para prevenção e tratamento da doença.
Juntos, podemos superar esses desafios e construir uma cidade mais saudável e resiliente para todos.