Irlan MeloAdvogado, teólogo, professor universitário e vereador de BH eleito para seu segundo mandato como o 8° vereador mais votado de BH

Uma crônica das Gerais

27/11/2020 às 18:47.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:09

Minas Gerais, 300 anos! Vi, vivi, ouvi histórias de boa parte desse tempo! Afinal, o meu pai é mineiro; meu avô, mineiro; o meu bisavô, mineiro e meu tataravô? Ah! Esse era mineiro! Meu grande amor é de Minas e nossas três pedras preciosas também são das Gerais, de alma e coração. Assim, chegou a minha hora de dizer que sou nascida, criada e esculpida nas Minas de Aleijadinho com experiências das mais Gerais que se podem lembrar. 

História tricotada à mão, do artesanato, do ofício, da escrita, das letras, da poesia. Infância de minérios de ferro lá pras bandas do Vale do Aço; graduação no Oeste falando Berlândia, Beraba e Unaí. Para isso, precisou Patrocínio e Iturama, não sabe onde fica? É logo ali, pertim de Araguari. 

Tudo bem, Minas não tem mar! Defeito? Jamais! Oportunidade de navegar o Rio Doce, cruzar as pontes do Velho Chico, pisar as areias de Furnas. Biologia que não acaba mais: Formiga, Patos, Macacos, Frutal, Milho Verde; números afins: Três Marias, Sete Lagoas e afins. Se precisar, tem gente que manda e desmanda: Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Conselheiro Lafaiete, Teófilo Otoni, um Juiz de Fora, o Antônio e o Fernão Dias. 

Minas é mostra de arte a céu aberto, das mais Gerais possíveis, do Barroco ao Moderno, Contemporânea! De Inhotim a Congonhas, Ouro Preto, Mariana. Diamantina, Serro, Tiradentes, uma Bela Vista, uma Estrada Real! É lugar de Pouso Alegre, de Poços de Caldas, uma bela Capelinha, Montes Claros, um Belo Horizonte, uma Pedra Azul, alguns Passos, um Campo Belo, um Ribeirão das Neves! Minas dos esportes em Gerais: do futebol, do vôlei, dos radicais. Comer bem, lugar melhor não tem! No fogão a lenha: pão de queijo, arroz doce ou temperado, carne de sol, pernil à pururuca, frango com quiabo. Angu, ora-pro-nóbis, couve, taioba, queijo de cabra, doce de leite, de abóbora, de goiaba! 

É a terra do Tancredo, do Juscelino, do Pelé. Da tia da cantina, do menino da porteira, da venda da Maria do seu Zé. É leite ao pé da vaca, pinga ou pingado. Um bom papo, mesmo que desconfiado. Um cafezim com rapadura, uma broa de fubá. Minas é bom pra estudar, sou do tempo do vestibular: Viçosa, Lavras, Alfenas, UFOP, BH. Se quiser trabalhar, pode por aqui ficar: Betim, Timóteo, Ouro Branco, Carandaí, Nova Serrana, Itabira, Ipatinga, Divinópolis. 

Minas tem frio de Monte Verde, calor de Salinas, um vento que vem do litoral e chega ali em Aimorés e rapidim chove em Paracatu e, ao mesmo tempo, em Manhuaçu. O céu anil é o limite, a lua é prateada, as estrelas de aurora, um oratório, uma prece, uns amigos na quermesse. Vou passando pela trilha dos escravos, resumindo pra namoradeira da janela tudo que não deu pra aqui contar, usando uns versos de uns colegas meus: “quem te conhece não esquece jamais, oh, Minas Gerais!” 

Escrito em parceria com Aline Duarte, Pedagoga e Professora Municipal

  

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