José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Assistir aos desfiles ou cair na folia?

Publicado em 01/03/2023 às 12:35.

Não faz muito tempo que o desfile de carnaval era muito mais badalado que nos dias atuais. As multidões esperavam eufóricas a entrada das principais escolas de samba, seja das arquibancadas ou pela transmissão ao vivo da TV.

Ainda é um evento concorrido. Só que, nos últimos anos, tem atraído mais a “velha guarda”, decaindo o interesse das novas gerações. Isso é compreensível porque, afinal, a moçada se habitou à velocidade da Internet. Os jovens querem ver tudo acontecendo em poucos minutos. Se você levar uma criança à Marquês de Sapucaí, não se surpreenda se ela apontar o celular na direção dos passistas e deslizar a tela, na tentativa de ver a próxima escola.

Então, o que os jovens querem no carnaval? A resposta está no sucesso dos blocos carnavalescos de Belo Horizonte: eles querem participar da folia.

Nós, professores, observamos algo semelhante no Magistério. Os alunos não têm mais paciência de nos ouvir, sobretudo se despejamos uma montanha de informações durante uma aula. Mas basta animá-los a participarem das atividades e o interesse em aprender dá um grande salto.

Assim também ocorre nos estudos preparatórios para um concurso ou para o Enem. Se você optar por estudar de forma individual, como se fosse um autodidata, o desânimo surgirá rapidamente. E o seu aprendizado parecerá um desfile de escola de samba, que nunca termina.

Mas, estando você engajado num curso preparatório, seu gosto de aprender será diretamente proporcional à sua participação, juntamente com seus colegas. E, em vez de uma tarefa chata e enfadonha, o ato de estudar será uma fonte de prazer.

Então, dedico este artigo à Prefeitura de Belo Horizonte, e a todos que trouxeram alegria para o carnaval da nossa cidade, colocando-o no circuito nacional do samba. Vocês provaram que, em vez de apenas assistir a uma apresentação, o povo que cair na folia.

E a melhor notícia: o evento, além de lucro, alegria e geração de empregos, apresentou reduzidos índices de violência. Parabéns às autoridades empenhadas nesse esforço, que não se limitou à prevenção e policiamento. As campanhas educativas e de conscientização também contribuíram para esses bons resultados.

E fica a lição ao estudante (folião ou não): quando lhe faltar paciência para ler os textos que lhe parecem infindáveis, é porque está na hora de ser mais participativo nas aulas. É assim que os seus estudos começarão a render.

Aos carnavalescos de Belo Horizonte, desejo que o sucesso deste ano seja o início de muito mais que está por vir nos próximos carnavais. E a todos eu desejo bons estudos.

*José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.

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