Você imagina um professor ou professora de ensino fundamental lecionando, durante uma única aula, um mesmo conteúdo para crianças entre 5 e 12 anos? Não há naturalidade nisso. Porque o normal é que a criança vá alcançando graus de aprendizagem distintos em função da idade.
No entanto, à medida que os alunos caminham para idade adulta, é natural encontrarmos turmas de alunos com diferentes faixas etárias. É assim, principalmente, nas escolas profissionalizantes, nas faculdades e nos cursos preparatórios para concursos ou para o Enem.
Nessas turmas, cada aluno e cada aluna traz suas histórias, seus projetos e seus sonhos. Cada um deles tem seu próprio ritmo de estudo e de aprendizagem.
Mas existe um fator que mantém essas turmas coesas e focadas nos estudos. Os antigos romanos chamariam a esse fator de "affectio alumni". Refiro-me às amizades sólidas e duradouras entre os estudantes.
Isso facilita, e muito, a missão do professor, principalmente nas pesquisas e demais atividades em grupo. Porque existe uma afinidade prévia que já conduz à formação das equipes que tendem à convergência de opiniões. E, independentemente da idade de cada integrante do grupo, os estudos de todos rendem.
Anos depois é comum para nós, professores, termos notícias até de casamentos felizes entre esses alunos e alunas. E, se a idade deles não importa no contexto da sala de aula, também não importa para serem felizes no matrimônio.
Enfim, leitor ou leitora, nunca é tarde para estudar, para passar num concurso, nem para ser feliz nas relações de afeto. E, quanto às diferenças de idade... ora, viva as diferenças.
A todos, de todas as idades, desejo uma vida de amor e progresso nos estudos.
* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do Advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.