José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Dr. Domingos: uma grande perda

Publicado em 27/09/2023 às 06:00.

A Polícia Federal teve uma grande perda no último dia 15 de setembro. Faleceu, aos 75 anos de idade, o Dr. Domingos Pereira dos Reis. Não pude comparecer ao velório. Então, este texto é um modo de apresentar condolências aos familiares.

Em decorrência do passamento, esta semana é uma daquelas em que meus artigos saem um pouco da temática principal desta coluna. Então, não espere encontrar aqui verbos como “estudar”, “aprender”, “ensinar”, “memorizar”, tampouco os substantivos “concurso” e “Enem”. Mas a homenagem póstuma é justa e necessária.

O Doutor Dominguim – como era carinhosamente chamado pelos colegas que lhe eram mais próximos, não foi uma unanimidade entre todos. Mas nem Jesus o foi. Ademais, o fato de ser admirado por muitos e criticado por alguns é a mais clara constatação de que nenhum colega da Polícia Federal era indiferente a ele.

Quando surgia algum inquérito polêmico, ele me chamava em seu gabinete para ouvir o meu parecer. E, para reduzir ao máximo a possibilidade de errar, eu pedia um tempo para estudar o assunto. 
Então, aprendi muito com ele e com essas tarefas intelectuais que ele me passava. Ops! Olha eu usando o verbo “aprender”. Sim, aprendi muito com ele.

Havia uma colega de trabalho que compartilhava comigo as virtudes do Dr. Domingos. Além disso, éramos confidentes em muitos assuntos pessoais. Sabíamos, um do outro, coisas que nunca compartilhamos com ninguém. 

E eis uma dessas coisas que ela me disse alguns anos depois da minha aposentadoria: “O Dr. Domingos gostava muito do seu trabalho. Ele confiava em você”. Também me disse sobre a satisfação dele quando eu estava no plantão. “Hoje o plantão é do Roberto? Então eu vou pra casa tranquilo”.

Ah... Dr. Domingos, onde quer que o Sr. esteja. Passaram-se vários anos para eu saber que o Sr. era generoso nos seus elogios. Muito obrigado. Ah... leitor ou leitora, onde quer que você estiver lendo este texto. Saber que não somos eternos é também uma forma de aprendizado.

A morte não é o fim da nossa jornada. Ela é apenas uma ponte entre esta vida e a outra que virá. Ela também é um modo de nos lembrar que aquela pessoa que você ama pode não mais estar a seu no próximo minuto. Então respeite-a e valorize ao máximo a presença dela. E, sobretudo, aprenda com ela.

E, quando ela se for, assim como o Dr. Domingos se foi, assistirá lá de cima a sua trajetória de sucesso pelos estudos. Então, desejo a todos bons estudos. 

José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por