Iniciamos mais um semestre nas Faculdades Promove. Fiquei alegremente surpreso com uma das turmas. Porque eu nunca vi tantos alunos e alunas concurseiro(as) numa única sala.
Como é próprio numa primeira aula, comecei pela minha apresentação. E falei dos meus cursos de graduação e pós-graduação. Quanto ao mestrado, fiz questão de destacar que não foi na área do Direito e, sim, na área de Ciências da Educação.
Foi assim que garanti aos novatos que, antes de ser advogado, sou professor. E sei o valor que os alunos dão às aulas que não se limitam ao Direito. Uma boa aula precisa - e muito - de elementos da Pedagogia.
Então, se entre esses novatos, há quem queira ser professor, recomendo desde já: controle a ânsia de ensinar uma montanha de conteúdos numa única aula. Você não convencerá os alunos de que é um bom professor. Ao contrário, você será descrito assim: “Ah, ele sabe muito, mas não sabe ensinar”.
Voltando à apresentação pessoal, lembrei a todos que existe um fenômeno na Pedagogia que não se explica, apenas se observa: a tendência de os alunos tirarem boas notas quando torcem para o mesmo time do professor (rsrsrs). E eles já providenciaram um grupo de WhatsApp, cuja foto do perfil é o emblema do meu querido Esporte Clube Ribeiro Junqueira, o Dragão de Leopoldina/MG.
Apresentei três motivos para essa paixão futebolística. O primeiro deles é o meu compromisso com a neutralidade. Prefiro não comentar em público minhas convicções políticas e religiosas. Levo isso tão a sério que estendo ao futebol. E torcer pelo Ribeiro Junqueira é um modo de me manter neutro.
Eis o segundo motivo: desde criança, vi muitas vezes o Dragão derrotar times com estrelas do futebol carioca e paulista. Esse êxito não era por que nosso time interiorano era o melhor, mas era o mais esforçado. É por isso que dediquei meu livro “Como Passei em 16 Concursos” àqueles atletas leopoldinenses, nessas palavras: “Aprendi com vocês que a vitória nem sempre é dos mais capazes. Ela é dos mais esforçados”.
Isso me traz ao terceiro e mais importante motivo: para se chegar ao final exitoso de uma formação superior, ou para passar num concurso, ou – enfim – para se dar bem na vida, não é necessário renunciar aos prazeres e paixões da vida. Você pode – sim – torcer pelo time do seu coração, curtir momentos de lazer e – principalmente – descer do pedestal para se relacionar igualitariamente com as pessoas que merecem seu respeito. Faça isso! E os seus estudos renderão bastante.
Para encerrar, dedico esse texto à minha turma de novatos nas Faculdades Promove.
Porque eu nunca vi uma turma tão participativa e animada. Encontrei neles uma multidão de pessoas interessadas no Direito e nos concursos como veículos de ascensão social.
É por isso que, desejando bons estudos para todos, deixo marcada indelevelmente essa exclamação. “Eta turma concurseira!!!