José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

História contrafactual: como aplicá-la aos estudos

Publicado em 10/04/2024 às 06:00.
 (Nelson Flores/ Editoria de Arte)

(Nelson Flores/ Editoria de Arte)

Modernamente os debates acadêmicos sobre “história contrafactual” têm tomado força em muitas faculdades. Isso consiste no esforço de incluir nos eventos pretéritos a conjunção “se” para especularmos sobre como os fatos se sucederiam. 

O clássico exemplo é este: “Se o homem do bigodinho tivesse ganhado a Segunda Guerra Mundial, o que seria dos judeus, homossexuais, ciganos, testemunhas de Jeová, negros e até mesmo os povos indígenas no Brasil? Os seguidores mais devotados dele, como Hermann Göring e Joseph Goebbels, se sentiram saciados com tantas maldades ou prosseguiriam com elas”?

É claro que, numa visão tradicional da História como uma ciência, o “se” não existe. Porque os fatos do passado são imutáveis. Mas o debate acadêmico é um interessante exercício do intelecto.

E podemos cogitar de várias dessas conjunções na História do Brasil: 1) Se Dom Pedro não tivesse seguido os conselhos da Princesa Leopoldina e não tivesse dado o Grito do Ipiranga... 2) Se a lei de 7 de novembro de 1831 fosse cumprida, o que na prática libertava os escravizados, em vez de ser mais uma norma para inglês ver... 3) Se não tivesse chegado ao ouvido do Deodoro o boato de que o Imperador Pedro II iria nomear como Primeiro-Ministro um desafeto do grande Marechal... 4) Se... se... se...

Nenhum “se” muda o passado, mas renova nossa esperança para o futuro, planejando-o para um desfecho melhor e mais feliz. Isso vale para os estudos. Afinal, todos nós já estivemos diante de uma avaliação de conhecimentos e pensamos: “Se eu tivesse estudado esse tema, eu saberia a resposta dessa questão”.

Para um bom planejamento dos estudos, temos que pensar sobre nossos erros e limitações. Assim, refletindo sobre o “se” dos nossos estudos, estaremos mais preparados para as próximas provas e provações da vida.

E, se um novo fracasso vier, não desista. Porque, como se costuma dizer na guerra dos concursos, “não estude para passar, estude até passar”. E eu acrescento: “Não estude para passar, estude para aprender”. 

Quando você estuda pelo prazer de aprender, a consequência da aprovação virá, cedo ou tarde.

Então, desejo a todos bons e prazerosos estudos.

* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.

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