José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Inveja dá o que falar

Publicado em 03/07/2024 às 06:00.

Recentemente eu postei nas minhas redes sociais um vídeo sobre a inveja. E comentei como esse sentimento terrível pode interferir nos estudos preparatórios para um concurso ou para o Enem. Se você não viu, veja lá no Facebook, Instagram ou no YouTube.

E eis que uma amiga, uma brava guerreira na luta das suas aulas de Sociologia e Serviço Social, confidenciou-me que também está na luta para ser aprovada num concurso. E fez comentários valiosos a respeito da inveja sob a ótica da formação acadêmica dela.

Entre outras questões, ela propõe a seus alunos e alunas: "Por que algumas pessoas têm essa vontade de sobressair em relação ao outro? Por que, em vez disso, não transformam essa vontade numa força para si mesmas? Por que sofrem com o sucesso alheio”?

Essas pessoas – prossegue a professora - devem conhecer e entender suas próprias capacidades e seus próprios limites. Assim, em vez de se preocuparem com as capacidades e limitações do outro, conseguirão juntar forças para superarem a si mesmas.

E a melhor parte: quando conseguimos juntar essas forças, ficamos protegidos da inveja alheia. Porque aprendemos a identificar os sinais quando esse sentimento terrível começa a aparecer. É assim que distinguimos a inveja do passado da inveja do futuro. A do passado refere-se a suas conquistas e realizações. E ninguém consegue destruí-las.

Todos nós já ouvimos, por exemplo, um elogio ou uma felicitação falsa, quase em tom de lamento. É mais ou menos assim: 1) Oh, querida vizinha, valeu a pena levar a série a malhação, hem! Sua barriga está no estilo tanquinho mesmo! E, no íntimo, a vizinha está se roendo de raiva. 2) Oh, meu amigo, você passou no concurso mesmo, hem! Parabéns! E, no íntimo... “como esse idiota conseguiu passar: só pode ter sido sorte”.

E a inveja do futuro? Ah, essa é venenosa! Nesse caso, o sofrimento do invejoso é sobre o que você ainda conquistará. Conheço casos como estes: 1) o chefe que escalou o subordinado para um serviço no domingo, só para impedi-lo de fazer uma prova; 2) os vizinhos que foram ao local de trabalho de alguém que aguardava uma promoção; 3) as típicas "irmãs da Cinderela" que não se conformaram com o noivado dela, e foram contar ao noivo sobre uma antiga paixão.

Na guerra dos concursos, a melhor arma contra essas atitudes é o seu "serviço secreto" para se proteger da inveja. Evite alardear sobre os seus sonhos e sobre a sua preparação nos estudos. E, quando assustarem, você terá chegado muito mais longe do eles imaginavam.

Desejo a todos que se livrem da inveja, e bons estudos.

* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.

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