Sigmund Freud foi injusto ao sugerir que a mulher tem inveja da condição masculina.

Não são todas as mulheres que experimentam esse sentimento. O que a Psicanálise se esquece de dizer é que também existem alguns homens com inveja do universo feminino.
Pessoas que experimentam esse sentimento costumam ter condutas e discursos para reafirmar sua opção heterossexual. Mas a inveja, em geral cultivada desde a infância, resulta num indivíduo adulto intolerante em relação ao gênero oposto.

Isso nada tem a ver com homossexualidade. Tem a ver, no caso do homem, com a misoginia que, numa linguagem simples e didática, pode ser entendida como o inconformismo por causa das conquistas femininas. E no caso da mulher, tem a ver com a androfobia, que é o sentimento equivalente em relação ao homem.

Observe as atitudes e os discursos de certas pessoas, quando se queixam dos supostos privilégios do gênero oposto. No entanto, quando se chega a esse ponto, a inveja já foi direcionada para outro alvo.

As queixas prosseguem. Mas o misógino (ou a androfóbica) passa a dirigir o sentimento de inveja para pessoas que lhe pareçam de futuro brilhante. Ele (ou ela) fica inquieto só de pensar que um vizinho, um colega de trabalho, ou mesmo um membro da família possa ser bem-sucedido na vida.

Em se tratando de alguém que transmite felicidade com o próprio gênero... aí é que a inveja se instala mesmo. Então, se você – leitor ou leitora – é hostilizado por causa do brilho que o futuro lhe reserva, pode ter certeza que, bem no fundo da alma do invejoso (ou da invejosa) existem questões mal resolvidas de misoginia ou de androfobia.

Sugiro que você não reaja a nenhuma provocação. Mas... pode ter certeza: quem se incomoda com o seu futuro, se for homem, não suporta as conquistas da mulher. Se for mulher, não suporta as do homem.

Os concurseiros geralmente enfrentam esses percalços. Afinal, passar num concurso pode ser decisivo para a conquistas de posições sociais elevadas. E os invejosos, sobretudo os misóginos e as androfóbicas, sofrem só de pensar que alguém pode ser bem-sucedido na vida.

Então, não ligue para essas hostilidades. E siga firme na jornada que te levará ao triunfo.
A todos desejo bons estudos.

Advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei
em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras