Quando sai o edital de um novo concurso há uma parte que causa espanto: o programa. É nele que se fica sabendo os assuntos que podem ser objeto de questões na prova.
Em geral, os programas dos concursos são longos, o que leva muitos candidatos a desanimarem. Muitos até desistem de fazer a inscrição ao se depararem com conteúdos que lhes parecem desconhecidos. A lamentação surge alguns meses após, ao constatar que um vizinho, no qual ninguém apostava, foi aprovado.
Os que não desistem da inscrição ainda estão sujeitos a cometer graves erros. O maior deles é tentar, em pouco tempo, estudar todo o programa.
Se a sua opção for entre estudar parte do programa (mas bem) e estudar mal todo ele, fique com a primeira alternativa. A propósito, há concursos que, dado o tempo reduzido entre o edital e a prova, não é possível mesmo estudar todo o programa. A não ser – claro – para aqueles que vêm se preparando há meses, antes da publicação do edital. Estes, sim: não são apenas “candidatos”, são “concorrentes”.
Quem é tomado pela ânsia de “ver” todo o programa acaba apenas “vendo” mesmo. Vê um item de Português, vê outro de Direito, vê, vê... vai vendo... e apenas vê os colegas triunfarem. É que estes, enquanto você lê superficialmente os conteúdos, acompanham atentamente as aulas, esclarecem as dúvidas com os professores, leem os textos sugeridos, fazem anotações, revisam os temas estudados e, principalmente: fazem exercícios e resolvem as questões das provas anteriores.
A palavra “exercício” é bem adequada para descrever a rotina de um bom aluno. Não basta que ele estude os temas propostos. É fundamental que exercite o que foi estudado, isto é, coloque em prática os conteúdos aprendidos, de modo a memorizá-los.
- Mas isto cansa – poderá alguém lamentar. É por isto mesmo que se chama “exercício”. O condicionamento mental segue a mesma lógica do condicionamento físico. Um incrementa o conhecimento; e outro, os músculos. Para ser mais exato, o condicionamento mental é, literalmente, uma atividade física, só concentrada no cérebro. É por isto que cansa.
- Mas eu não tenho tempo – poderá, enfim, alguém protestar. Bem, você acha que Albert Einstein, que foi irmão, marido, pai, professor, autor de três centenas de trabalhos científicos, vencedor do Prêmio Nobel, etc., tinha mais que 24 horas por dia? Apesar de propor com sua Teria da Relatividade que se pode alterar o tempo, ele não se valeu desse expediente que, até agora, só existe na ficção hollywoodiana.
Então, enquanto não se inventa a máquina do tempo, ele segue democraticamente igual para todos. Não tente driblá-lo, fingindo que estudou todo o programa que você apenas viu superficialmente. Tenha a paciência de aprender um pouco a cada dia. Controle a ansiedade e não estude tudo de uma vez. Boa sorte!