Motivar os alunos, de qualquer nível escolar, é uma tarefa hercúlea. Ao menor sinal de dificuldade eles tendem a desistir. E, se não os socorremos rapidamente, podem ser tomados por pensamentos do tipo “estudar não é para mim” ou “isso é muito difícil”, etc.
Esses mecanismos mentais, que apagam as luzes da esperança, não são “privilégio” dos estudantes. Algo semelhante também ocorre, por exemplo, com o morador que acha a grama do vizinho melhor, ou aquele jovem parente que se julga inferior aos demais. Ainda como exemplo: os pais e mães que, na incansável comparação de seus recém-nascidos com outros, formam a crença de que têm um filho de saúde deficiente. E, se os “doutores de plantão” reforçam essa crença, ela se torna um certeza entre os parentes mais próximos.
Em todos esses casos, temos a perda da autoestima. Para recuperá-la, nenhum professor dirá que o caminho é fácil. No início é difícil mesmo. E tanto mais o será se o aluno tiver déficit de aprendizagem dos anos escolares anteriores. Então, ele terá que se redobrar nos estudos para acompanhar a turma em que estiver inserido.
Seguindo nas mesmas comparações, isso não é diferente do morador que, pensando ter um gramado inferior ao do vizinho, há de se empenhar para cuidar melhor do seu próprio jardim. É o mesmo caso do pai ou da mãe que, achando que seu recém-nascido está se desenvolvendo deficitariamente, podem descobrir que a criança precisa apenas de cuidados um pouco mais trabalhosos. E, nesse caso específico, se for mesmo necessário, convém procurar ajuda médica, deixando de lado os “doutores de plantão”.
Seja nos estudos, ou em qualquer dessas situações cotidianas, se houver atitudes de empenho e comprometimento com as metas desejadas, as dificuldades serão superadas pouco a pouco. E as frases que se ouvirão podem ser, por exemplo, assim: “eu pensava que era difícil, mas agora ficou fácil”.
No entanto, a jornada para uma vida melhor, sobretudo nos estudos, pode te conduzir a uma marcha que é difícil o tempo todo, no início, no meio e no fim. Mas vale pena. Assim, por via das dúvidas, nunca prometo às pessoas por mim treinadas para passar num concurso que será fácil. Prefiro dizer que, no início é difícil, depois... pode ser que continue difícil, mas vale a pena.
A todos desejo bons estudos.
*José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.