De vez em quando, preciso mesmo escrever uma crônica policial nesta coluna. Mas sempre com o valor pedagógico para aprendermos alguma coisa. É assim que manteremos o foco da temática principal, que são as dicas para estudar menos e aprender (eu sempre defendo esta bandeira, aparentemente paradoxal). De fato, quando se trata de estudar, qualidade vale mais que a quantidade.
Escrevi uma dessas crônicas no artigo da semana passada, com o título “não permiti e não proibi” (veja na edição de 13.5.20). Quem me inspirou foi o, agora ex-ministro, Nelson Teich.
Com o agravamento dos casos da Codiv-19, perguntado sobre intensificar ou abrandar o isolamento social, ele sugeriu que não recomenda a intensidade e nem o abrandamento. Ora, independente de qualquer ideologia, o povo quer uma decisão.
E parece que ele me ouviu. É que me lembrei de um “causo” na Polícia Federal. Foi um processo disciplinar contra um delegado que comparecera a um evento onde se cobrava ingresso. E decidiu dar voz de prisão ao porteiro que havia impedido a entrada de um subordinado.
Somente ao chegar à delegacia o porteiro decidiu identificar-se como oficial de alta patente da Polícia Militar do Estado de... (no artigo da última semana eu disse que conto o milagre, mas não conto o santo, nem a cidade e nem o Estado). Mas eis a semelhança com o ministro Nelson Teich: perguntado se havia impedido ou permitido a entrada do policial, respondeu que não impediu e nem permitiu. Aí, eu fiz a terceira pergunta: “Então, o que o Senhor estava fazendo na portaria”?
Repeti a mesma pergunta para o ex-ministro. Afinal, ele disse que não recomendaria intensificar e nem abrandaria as medidas de isolamento social para enfrentar o Coronavírus. E parece que ele ouviu:
- Se não recomenda intensificar e nem abrandar as medidas, então o que o senhor está fazendo no Ministério da Saúde?
E a resposta dele veio com o pedido de demissão.
Trazendo essa prosa para os estudos... E você, leitora ou leitor? E você, minha prezada aluna ou meu prezado aluno? Durante essa quarentena você intensificou ou abrandou os estudos?
Se abrandou... tudo bem. Afinal, eu recomendo estudar menos e aprender mais. Mas desejo a todos que os estudos, ainda que poucos, sejam bons, sempre bons.